O anúncio da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), em setembro de 2025, sobre a criação de cotas destinadas a candidatos de fora do estado provocou forte reação política. A medida, ainda em debate, prevê a reserva de vagas para estudantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.

 

O governador Jorginho Mello criticou publicamente a proposta e disse ter sido surpreendido com a possibilidade de que a universidade estadual adote o modelo. Em vídeo publicado nas redes sociais, ele afirmou:

 

— Eu fui surpreendido por um suposto edital da UDESC, a nossa universidade estadual, com cotas para quem é de outras regiões do Brasil. Por isso, oficiei o reitor da universidade para entender se isso é realmente verdade. Espero que não seja. Por mais que a UDESC tenha autonomia universitária, ela é mantida com o dinheiro do Estado, ou seja, do catarinense. E é só o que falta, dinheiro do catarinense ter cota para quem é de fora. Já não basta a gente mandar o nosso dinheiro para Brasília e voltar uma migalha? Já vou avisando que não concordo. Nós não vamos aceitar esse absurdo com o dinheiro do catarinense.

 

O posicionamento do governador reflete a preocupação de que a medida reduza as oportunidades para estudantes catarinenses. Jorginho Mello defende que a UDESC, embora autônoma, deve priorizar os alunos do estado, já que é financiada pelo contribuinte local.

 

O tema segue em discussão dentro da universidade e deve passar por etapas de consulta e análise antes de uma decisão final. Enquanto isso, a polêmica já ocupa espaço no debate público catarinense, dividindo opiniões entre setores acadêmicos e lideranças políticas.