A Vigilância Sanitária de Itajaí tem intensificado as ações de fiscalização em restaurantes da cidade — o que, em si, é louvável e necessário. Encontrou irregularidades? Que interdite, multe e exija correções. Essa é, sim, a função do órgão: proteger a saúde pública e garantir segurança alimentar aos consumidores.
O que não é aceitável — e precisa ser criticado com veemência — é o modo como essas fiscalizações estão sendo divulgadas à imprensa e ao público. Imagens internas de restaurantes interditados são divulgadas, mas sem identificação clara dos estabelecimentos. Resultado: a população fica no escuro, e quem age dentro da lei paga pela dúvida criada em torno de todos.
Houve casos em que um restaurante dentro de um supermercado foi fechado, e por omissão do nome, todos os estabelecimentos daquele local passaram a ser suspeitos. A consequência direta é a perda de clientes, a quebra de confiança e o prejuízo para quem não cometeu qualquer infração.
Uma empresária de Itajaí, que mantém seu restaurante em total conformidade, relatou que recebeu ligações de clientes perguntando se era ela quem havia sido interditada, mesmo sem nunca ter tido qualquer problema sanitário. Tudo por conta de uma divulgação imprecisa e irresponsável.
É preciso dizer com clareza: não se pode brincar com o nome de quem leva a sério o próprio trabalho. O pequeno empresário luta diariamente para conquistar a confiança do público, manter empregos e sobreviver a um ambiente econômico cada vez mais desafiador. Uma comunicação malfeita por parte de um órgão público pode aniquilar anos de credibilidade em segundos.
A Vigilância Sanitária de Itajaí precisa urgentemente rever seu protocolo de comunicação. Ou divulga o nome do estabelecimento interditado com transparência — como exige o interesse público — ou então suspende esse tipo de exposição incompleta, que mais atrapalha do que informa.
Transparência parcial é cortina de fumaça. E quem paga por isso é o trabalhador honesto.
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