O Município de Itajaí oficializou o processo para garantir o selo de Identidade Geográfica (IG) para a produção de aipim da localidade de Rio Novo, a Colônia Japonesa. O reconhecimento é concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) a itens com características especiais da região produtora. No caso de Itajaí, o solo de turfa reúne recursos naturais que dão propriedades e sabor diferenciados ao aipim produzido. O lançamento do processo aconteceu na sala de reunião do Gabinete do Prefeito, na tarde desta quarta-feira (23).
O vice-prefeito de Itajaí, Marcelo Sodré, destacou o papel do Município na valorização do interior. “Nosso papel como Prefeitura é fortalecer o interior, o cooperativismo e melhorar as condições de transporte e produção”, afirmou Sodré. “Itajaí mais uma vez oferece algo diferenciado para as pessoas e para o mundo e com o olhar voltado para o futuro, no cuidado com a preservação e o meio ambiente”, avaliou.
O secretário estadual de Agricultura, Valdir Colatto, esteve presente e parabenizou o Município por encabeçar o processo de Indicação Geográfica. “Importante valorizar o trabalho de pesquisa da Epagri e a parceria com o Sebrae. Esse reconhecimento agrega valor e é uma ação que diferencia nossos produtos. A Secretaria de Agricultura de Santa Catarina está emprenhada nesse processo”, pontou o secretário.
O projeto de reconhecimento de Identificação Geográfica dos produtos de solo de Itajaí conta com a parceria do Sebrae e da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Além dos representantes das entidades, colonos da Cooperar – cooperativa do plantio de aipim na região – participaram do evento.
Conforme o pesquisador da Epagri de Itajaí, Dr. Antonio Henrique dos Santos, áreas de solo turfoso (terra preta) são recursos naturais muito necessários, mas escassos e que demandam atenção para sua manutenção e preservação ambiental. Na cidade, há uma área de aproximadamente 300 hectares deste tipo de solo. Além disso, estes locais são ricos em polifenóis, que garantem sabor e maciez ao aipim por ter menos fibras. “Sem desconsiderar que os polifenóis são anticancerígenos”, destaca o pesquisador.
Essas particularidades do aipim de Itajaí foram destacadas durante reuniões pelas equipes envolvidas na solicitação da Indicação Geográfica, que terá o intuito de salvaguardar o produto, a cultura e a zona de plantio na cidade.
De acordo com Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a IG identifica a origem de um produto ou serviço que tem certas qualidades graças à sua origem geográfica ou que tem origem em um local conhecido por aquele produto ou serviço. É uma proteção concedida que, além de preservar as tradições locais, diferencia produtos e serviços, melhora o acesso ao mercado e promove o desenvolvimento regional, produzindo efeitos para produtores, prestadores de serviço e consumidores.