segunda, 07 de outubro de 2024
Política
27/09/2024 | 13:39

COLUNA DO PRISCO PARAÍSO: Nadando de braçada

Nadando de braçada

A eleição em Florianópolis encontra-se numa situação extremamente confortável para a candidatura à reeleição do prefeito Topázio Silveira Neto (PSD).  Num primeiro momento, houve preocupação, na medida em que Gean Loureiro conseguiu levar o União Brasil para a coligação de Dário Berger (PSDB), aumentando, inclusive, um pouco mais o tempo de televisão, que era pequeno, do candidato tucano.
Sem falar na condição de Gean, o principal eleitor da cidade. Foi reeleito prefeito da Capital no primeiro turno de 2020.
Isso tudo repercutiu tanto, a ponto de preocupar o candidato Topázio, que já tinha muito tempo de televisão, mas queria ampliá-lo e também restringir ainda mais o espaço do adversário direto, um ex-prefeito de dois mandatos, que está sendo apoiado por outro ex-prefeito de dois mandatos.  
O atual alcaide, a seu turno, disputa a primeira eleição. Em 2020, na sua estreia como político, ficou como a coadjuvante de Gean Loureiro.
Agora, com a campanha já caminhando para o fim, se observa que Topázio Silveira Neto vem se saindo muito bem como candidato, com contornos de empatia e de carisma.

Bem na foto

E sua administração também tem sido bem avaliada pelo florianopolitano, que não gostou da atitude de Gean, de dar as costas a Topázio, apoiando quem tentou derrotá-lo na eleição passada. Há quatro anos, o então senador Dário Berger respaldou a arquirrival Angela Amin.

Quarteto

Se apreciarmos o leque de candidaturas, e ficaremos só nas principais, na Capital, além de Topázio, o candidato governista, naturalmente, temos aí quatro candidaturas oposicionistas de maior desenvoltura. O próprio Dario e Pedrão.

Biruta de aeroporto

Dario estava no PSB, socialista, apoiou Lula como candidato à reeleição ao Senado em 2022, chegando em terceiro lugar. Mas ele nunca foi de esquerda, já passou por seis partidos diferentes. A verdade é que ele e Pedrão circulam na mesma faixa eleitoral, sendo também a de Topázio, ou seja, na centro-direita. São três candidaturas nesse espectro ideológico, mas duas da oposição.

Canhotos

À esquerda, ideologicamente falando, há outras duas candidaturas, a do deputado Marquito Abreu, do PSOL, e a de Lela, Farias, do PT. A falta de unidade entre os candidatos canhotos facilitou a vida de Topázio Silveira Neto. Se Marquito e Lela tivessem juntos, a esquerda estaria mais fortalecida.

Dividindo o bolo

Da mesma maneira, caso Pedrão e Dario estivessem igualmente fechados, poderiam estar com um desempenho melhor. E não há regra fixa que indique que quanto maior o número de candidatos, melhor para provocar o segundo turno. Não é necessariamente assim.

Voto vencedor

Se o eleitor observa um quadro de pulverização, Dario e Pedrão numa extremidade, Lela e Marquito na outra, pode acabar optando pelo candidato à reeleição. Historicamente, existe aquela cultura de que o eleitor não gosta de jogar voto fora, lhe agrada votar em quem “vai ganhar.”

Diluição

Caso houvesse apenas duas em vez de quatro candidaturas, talvez a disputa estivesse mais competitiva e não tão favorável como está para o prefeito Topázio Silveira Neto.

Sem aposta

Do lado da esquerda, ainda há um aspecto a mais. O PT tem 13 candidatos nas capitais. Das 26, vamos tirar Brasília, Distrito Federal, o PT lançou candidatos na metade.  Dos 13, o candidato que menos recebeu recurso do diretório nacional do PT foi justamente Lela Farias. Levou o total de R$ 1 milhão. Realidade que ilustra o fato de o PT não estar priorizando a candidatura em Florianópolis.


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