Bem-vindos ao "Toganato do Supremão"! Este imenso território, outrora conhecido como a "República Federativa do Brasil" e habitado por 212 milhões de indivíduos até há pouco identificados como "brasileiros", possui um regime de governo sem comparação no mundo moderno, fortemente inspirado nos sultanatos — países cujos soberanos concentram incontestável autoridade política, moral e espiritual.
Enquanto era chamado "Brasil" sua lei fundamental era a "Constituição", que previa direitos essenciais aos cidadãos e um equilíbrio perene entre os três Poderes básicos da então "República". Todavia, com a gradual transferência de atribuições para os usuários da toga preta reunidos no "Conselho Supremo da Consciência Alheia" (antigo "Supremo Tribunal Federal"), garantias constitucionais foram sendo rasgadas à medida que o Poder Legislativo, composto por membros democraticamente eleitos, foi posto de joelhos e o Poder Executivo, por nebulosas razões de conveniência política e ideológica, abdicou da prerrogativa de dirigir a Nação, abrindo-se o caminho para uma genuína ditadura judiciária.
No "Toganato do Supremão", arquitetado em gabinetes e implantado por decisões juridicamente dúbias, a grande vítima é o "povo brasileiro", cuja esmagadora maioria não engole o fato de que suas opiniões, quaisquer que sejam, possam acarretar a privação de liberdades asseguradas em uma lei fundamental que já não vale mais.
O esvaziamento das liberdades atingiu o ápice ao longo dos últimos dias, com a suspensão de uma rede social inteira graças a mais uma decisão monocrática proferida em procedimento judicial eivado de ilegalidades e conduzido por um único ser togado que, a exemplo dos sultões, investiga, julga, pune, manda prender e impõe bloqueio de ativos e multa diária em face de quem sequer é parte do processo. Quem é louco o bastante para querer investir em um País como esse?
Bons eram os tempos em que "realismo fantástico" era apenas um estilo literário e não a descrição adequada para os tempos sombrios em que vivemos. Não, nós não queremos viver no "Toganato do Supremão". Queremos o Brasil de volta, restabelecido em um regime republicano, democrático e livre, com respeito ao equilíbrio entre os Poderes e ao devido processo legal. Nossas consciências não podem estar submetidas ao crivo de quem veste toga e tampouco podemos permitir que o Estado, custeado pelo suor do nosso trabalho, seja utilizado como instrumento de perseguição a quem ousa pensar diferente.
É hora de acordarmos, antes que seja tarde demais.
Diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis