Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE referentes ao segundo trimestre mostram que Santa Catarina apresentou os números mais positivos quando o assunto é mercado de trabalho.
O estado contou com a menor taxa de desocupação do país, de apenas 3,2% na medição de abril a junho. O percentual foi bem inferior à média do país, de 6,9% no período. Também foi inferior ao registrado no primeiro trimestre deste ano, quando a taxa de desocupação alcançou 3,8%.
A indústria catarinense gerou 47 mil novas vagas de trabalho no primeiro semestre, cerca de metade dos empregos gerados no estado no período. Para o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, os números refletem o dinamismo do setor industrial, que tem sido o motor da economia do estado. “Esses empregos contribuem para o aumento da massa salarial, com reflexos positivos no consumo das famílias, gerando um ciclo virtuoso”, afirmou Aguiar.
Os maiores percentuais de empregados com carteira assinada do Brasil estavam em Santa Catarina (87%) no 2º trimestre de 2024. Entre os empregados do setor privado do país, 73,6% tinham carteira de trabalho assinada.
Para o economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt, a combinação de expansão da renda das famílias com menor taxa de juros em 2024 têm sido determinante para o aumento da demanda de bens industriais intensamente produzidos em Santa Catarina, como eletrodomésticos, eletrônicos, têxteis, confecções, móveis e outros. “Como essas indústrias possuem forte encadeamento no território catarinense, a oferta de empregos aumentou. Por isso, a economia do estado neste momento carece de mão de obra ainda mais do que precisava no passado recente”, explicou Bittencourt.
A taxa de informalidade para o Brasil foi de 38,6% da população ocupada, percentual superior ao verificado em SC no segundo trimestre, quando o estado registrou 27,1% de trabalhadores informais. O cálculo levou em conta os empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada, os empregados domésticos sem carteira de trabalho assinada, os empregadores sem registro no CNPJ, os trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ e os trabalhadores familiares auxiliares.
No primeiro trimestre de 2024, a taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) foi de 5,8% em SC, também a menor do país. O percentual de desalentados foi de 0,3%.
Região Sul
Em relação ao rendimento médio real, a região Sul registrou alta no período, chegando a R$ 3.528 - acima da renda média do país, de R$ 3.214.
Entre as pessoas ocupadas na região Sul, verificou-se a predominância de homens, que somaram 56,3%, enquanto as mulheres eram 43,7% no segundo trimestre.
Em relação à faixa etária dos empregados, 1,6% tinham entre 14 e 17 anos, enquanto 13,2% tinham entre 18 e 24 anos. Os trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos somavam 38,3% da força de trabalho, e os com 40 a 59 anos eram 39,2%. Pessoas com mais de 60 anos correspondiam a 7,7% dos trabalhadores.