A produção industrial catarinense cresceu 5,6%, nos primeiros seis meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2023. O percentual ficou acima da média nacional, que foi de 2,6% no acumulado do ano até junho. Os dados são do IBGE.
Para o presidente da Federação das Indústrias de SC, Mario Cezar de Aguiar, o desempenho reflete o crescimento da fabricação de bens de capital, impactada pelas melhores condições de crédito. “A redução da Selic em meados do ano passado vem refletindo positivamente nos setores que demandam mais financiamento, como é o caso de bens de capital”, destaca.
Nesse cenário, a produção de equipamentos elétricos registrou aumento de 17,6% com relação ao primeiro semestre do ano passado. A expansão é resultado do acesso ao crédito e das vendas externas de transformadores e motores elétricos.
Na mesma linha, a indústria de máquinas e equipamentos, que cresceu 9,6% no acumulado do ano, também vem sendo beneficiada por estas condições. A maior demanda desse setor, aliada com o aumento das importações de metais como cobre, alumínio e zinco estimularam a indústria metalúrgica, que cresceu 9,5% no primeiro semestre.
A maior facilidade de acesso ao crédito e a estabilização da taxa de inadimplência têm incentivado a demanda agregada nacional, beneficiando setores ligados ao transporte de carga e o comércio de veículos, motocicletas, partes e peças. Isso levou ao crescimento de 4,0% da produção da indústria automotiva catarinense no acumulado do ano de 2024.
Outros setores em expansão
Entre os setores industriais, a construção registra um bom momento, que se reflete no saldo de empregos no ramo, mas também na demanda por produtos de concreto, cimento e gesso, incentivando a fabricação de minerais não-metálicos, cuja produção cresceu 4,2% no acumulado do ano.
Já a indústria madeireira catarinense, que possui ampla inserção internacional, continua sendo positivamente impactada pela melhoria das condições do mercado imobiliário norte-americano. A produção industrial no segmento de produtos de madeira subiu 5,6%. A construção de casas unifamiliares nos Estados Unidos tem apresentado expansão nos últimos meses, bem como a quantidade de empregos no setor da construção daquele país, justificando uma maior demanda por produtos de madeira.
O mercado de trabalho mais aquecido tem gerado aumentos de rendimentos reais dos catarinenses, de modo que o consumo das famílias foi outro vetor de expansão para a indústria na primeira metade do ano. Com isso, segmentos mais ligados à produção de bens de consumo final têm sido beneficiados.
“A fabricação de produtos têxteis, por exemplo, cresceu 6,4% no acumulado do ano, especialmente devido à produção de artefatos têxteis para uso doméstico. Além disso, o setor alimentício aumentou 4,9% na mesma análise, motivada pelas atividades de abate de frangos e suínos”, explica o economista do Observatório FIESC, Arthur Della Vecchia.
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