Quando o filho mais novo de Caroliny Machado Barbosa da Silva completou um ano de idade, ele recebeu o diagnóstico da síndrome de Cornélia de Lange (SCdL), condição rara que afeta o desenvolvimento físico e mental. A síndrome é caracterizada por diversas anomalias congênitas como baixa estatura, deformidades faciais e atraso no desenvolvimento intelectual, além de afetar órgãos como coração, olhos e o sistema gastrointestinal.

 

Hoje, Anthony tem 4 anos e 8 meses e a família encontrou no Centro Especializado de Reabilitação Física e Intelectual (CER II) da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) um espaço de apoio, assistência e atendimento qualificado. 

 

“Nós viemos do Rio Grande do Sul e lá os tratamentos aconteciam em diversos locais diferentes. Aqui, nós conseguimos ver a evolução do Anthony desde o primeiro dia e a preocupação dos profissionais em incluí-lo em todos os tratamentos disponíveis. Sou muito grata pelo meu filho ter acesso a esse serviço e poder evoluir dentro das condições complexas da síndrome”, afirma Caroliny. 

 

Anthony é um dos 2.800 pacientes atendidos no CER II desde 2014. O local completa 10 anos de atividades no mês de abril e contabiliza mais de 200 mil procedimentos em uma década. 

 

O Centro atende pacientes com deficiência intelectual (zero a 12 anos) e pacientes com deficiência física causadas por politraumatismo e doenças neurológicas. Os pacientes são atendidos uma vez por semana por uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais das áreas de neurologia, neuropediatria, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, assistência social, enfermagem e nutrição. O processo de reabilitação dura, em média, 12 meses. 

 

“Durante o protocolo de atendimento os pacientes são atendidos por, pelo menos, cinco profissionais diferentes. O objetivo da equipe é fazer com os pacientes possam retomar suas atividades funcionais de forma plena e ter uma vida normal. É um serviço fundamental pra região e para os usuários, pois conseguimos fazer a ponte entre a atenção primária e a rede especializada. Ter todas as terapias concentradas em único local facilita muito o processo de reabilitação”, explica o coordenador do Centro, professor Rafael Silva Fontenelle. 

 

O CER II é ligado à Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina e faz parte do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Viver Sem Limite. 

 

O serviço, vinculado à Escola de Ciências da Saúde da Univali, recebe pacientes de todos os municípios da Foz do Rio Itajaí. O atendimento é gratuito e gerenciado via Sistema de Regulação (SisReg) do Ministério da Saúde. 

 

O fluxo de acolhimento é determinado em conjunto os municípios e o início do tratamento acontece após o encaminhamento médico da Unidade Básica de Saúde, da rede hospitalar ou de instituições de referência na atenção básica do município de origem.