quinta, 28 de março de 2024
Geral
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil/Ilustrativa
06/03/2021 | 20:43

Com avanço da Covid, sistema de saúde chega ao limite da capacidade

Após avanço significativo da Covid-19 em todas as regiões de Santa Catarina, a rede de saúde começa a se aproximar de gargalos como falta de leitos, de medicamentos e de profissionais. O aumento de doentes graves fez o Estado enviar pacientes para o Espírito Santo e lançar um edital para contratação de 150 leitos de UTI em hospitais privados.

Isso porque a rede estadual dá indícios de ter chegado ao limite. O Hospital Oase, de Timbó, por exemplo, avisou a Secretaria de Estado da Saúde (SES) que possui estrutura para mais 10 leitos de UTI Covid, mas faltam profissionais e remédios. Além disso, a unidade permaneceu com três leitos bloqueados temporariamente para manutenção e informou que "o mercado está atrasando muito para fornecer materiais e insumos necessários".

No restante da rede filantrópica não é diferente. Segundo a presidente da Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicos (Fehosc), Irmã Neusa Lúcio Luiz, as unidades possuem estoque de medicamentos suficientes para os próximos 15 dias, mas a procura aumentou muito. "A grande reclamação é a dificuldade de adquirir alguns sedativos e a questão do valor", disse. Os preços estão em alta desde o início da pandemia.

No Hospital Regional São Paulo, em Xanxerê, o Propofol, medicamento usado para sedação, por exemplo, mais do que dobrou de preço em um ano. A unidade passou de R$ 7,10 para R$ 18. Como agravante, o consumo mensal explodiu- (1,1 mil unidades para 8,5 mil). "Todos os itens de consumo aumentaram muito então a gente não consegue equilibrar as contas", acrescentou. Com isso, hospitais enfrentam déficit financeiro.

O fornecimento de oxigênio é outra preocupação. A SES já fez dois aditivos ao contrato de fornecimento da rede estadual e técnicos da pasta sugerem uma suplementação global ou uma dispensa de licitação para compra emergencial, mesmo com sobre preço.

"Temos feito alertas para os municípios, as unidades hospitalares, porque o momento é bem difícil e pode ocorrer o desabastecimento de alguns insumos, principalmente os medicamentos do dito kit intubação", afirmou um técnico da SES. Segundo ele, o Estado tem estoque e poderá auxiliar outras unidades, caso necessário, mas o problema é que o consumo aumentou muito. "O estoque normal de alguns itens durava 15 dias e agora em menos de 24 horas se consume todo esse estoque", acrescentou. Para reduzir o consumo, o governo suspendeu cirurgias e consultas eletivas em todo o Estado.


JORNAL IMPRESSO
22/03/2024
15/03/2024
08/03/2024
01/03/2024

PUBLICIDADE
+ VISUALIZADAS