quinta, 28 de março de 2024
Geral
21/08/2020 | 15:10

Moisés: “Quando os catarinenses se unem, qualquer obstáculo pode ser superado”

Santa Catarina foi um dos primeiros do país a adotar medidas de isolamento social, qual é a situação atual da evolução da Covid-19?
Carlos Moisés da Silva - O Estado faz um trabalho de atendimento e prevenção para salvar o maior número de pessoas. Tão logo soubemos do primeiro caso de transmissão comunitária estabelecemos medidas de distanciamento social para que fosse possível achatar a curva de contágio. Enquanto isso, reforçamos a infraestrutura e implementamos medidas seguras para permitir uma retomada econômica com responsabilidade. Neste período, nós mais que dobramos a capacidade de leitos de UTI SUS adulto, que antes eram 547 e hoje são 1.183. Destinamos recursos aos hospitais filantrópicos de aproximadamente R$ 10 milhões por mês além do pactuado. Além disso, o povo catarinense compreendeu as medidas e agiu com responsabilidade. Quando os catarinenses se unem, não há obstáculo que não possa ser superado. Isso tudo foi fundamental para que Santa Catarina fosse considerado o Estado com a melhor gestão da pandemia.
 
E como funcionou o diálogo com os municípios? Neste momento quem está com as rédeas da situação: o Estado ou os municípios?
Moisés - Nesta fase atual, estamos fazendo uma gestão compartilhada com municípios. Disponibilizamos às prefeituras a base de inteligência de dados que utilizamos para monitorar a propagação do vírus em Santa Catarina. Essa ferramenta apresenta dados oficiais, atualizados e monitorados em tempo real para que as autoridades locais possam tomar medidas com embasamento científico. Estamos aportando recursos e equipamentos para os hospitais. O contágio da doença ainda é um desafio e, por isso, seguimos tomando decisões que priorizam a vida. Mas também precisamos ter equilíbrio com as ações econômicas.
 
O que o Governo fará para recuperar a economia no nosso Estado?
Moisés - Durante o primeiro ano de governo nos dedicamos a fazer a gestão financeira do Estado e arrumar a casa. Alguns dizíam que iríamos atrasar a folha, que não teríamos condições de investir. É a torcida do contra, que de vez em quando aparece para atrapalhar. Mas tratamos de economizar recursos, rever contratos e colocar as contas em dia em uma força-tarefa que gerou o melhor resultado da década na prestação de contas do TCE. Hoje é muito claro que tudo isso deixou o Estado muito mais preparado para enfrentar a pandemia. Tomamos as medidas certas na hora certa e isso nos permitiu a retomada das atividades rapidamente.
 
A classe empresarial foi incluída neste processo?
Moisés - Desde o início da pandemia mantivemos o diálogo com as lideranças empresariais. No dia 20 de março, apenas três dias após as primeiras medidas de isolamento, o Governo apresentou uma série de medidas para ajudar os cidadãos e as empresas a fazerem a travessia nesse momento difícil, com foco nas famílias de baixa renda.
 
Há indicativos de que isso surtiu efeito? Já existem sinais de retomada?
Moisés - Temos diversos indicativos. O Índice de Atividade Econômica Regional calculado pelo Banco Central mostra que crescemos 4,8% em julho. Nossa indústria teve um crescimento acima da média nacional pelo segundo mês consecutivo, 9% em junho e 6,1% em maio. No agronegócio, tivemos aumento da exportação de carne de frango, que faturou US$ 122,5 milhões em julho, um crescimento de 24,5% em relação a junho. Também tivemos neste primeiro semestre um saldo de novas empresas 11,8% maior que em 2019.
 
O desemprego no Estado preocupa?
Moisés - A economia de uma forma geral é uma preocupação hoje não só em Santa Catarina, mas no mundo inteiro. Sabíamos que a pandemia aumentaria índices de desemprego, mas mantivemos a menor taxa de desocupação do Brasil e temos o menor percentual trabalhadores na informalidade. Seguimos trabalhando firme para passar por esta crise da melhor forma possível.
 
Quais as ações que estão sendo implementadas para melhorar a infraestrutura das rodovias estaduais?
Moisés - No início de 2019, o Estado estava com 70% da malha viária ruim ou em péssimas condições, e trabalhamos para mudar essa realidade. O programa Novos Rumos contempla a retomada ou início de obras de infraestrutura em todas as regiões do Estado, com previsão de investimentos de mais de R$ 377 milhões, sendo boa parte desses investimentos com recursos próprios. Nos primeiros seis meses deste ano, aplicamos R$ 42 milhões em diversas obras por todas as regiões.
 
Qual sua avaliação sobre o desfecho da CPI dos Respiradores?
Moisés - Desde o início desse problema específico e pontual da compra dos respiradores, chamei a Polícia Civil para que investigasse, determinei a abertura de procedimento interno para apurar responsabilidades e orientei a PGE a buscar o ressarcimento desses valores pagos antecipadamente. Mudamos a cultura de jogar os erros para baixo do tapete. Isso não existe mais. Há transparência. Quando a CPI foi instalada, imaginei que pudesse ser uma aliada do Governo do Estado nesse esforço para apurar e corrigir, mas não foi bem isso que vimos. O relatório final traz ilações desconectadas da realidade, faz um contorcionismo argumentativo para envolver pessoas e tirar a credibilidade do governo do Estado.
 
Alguns deputados cobram mais diálogo. Como você avalia essa cobrança?
Moisés - O conhecimento que os parlamentares têm das regiões é importantíssimo. Conhecem detalhes de cada uma das demandas do cidadão. Eu gosto de ouvi-los e usar as informações para direcionar as ações de governo. Não tem nada mais produtivo para mim na política do que receber um deputado para tratar de demandas das regiões.

JORNAL IMPRESSO
22/03/2024
15/03/2024
08/03/2024
01/03/2024

PUBLICIDADE
+ VISUALIZADAS