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18/02/2020 | 10:00

Terminais privados comandam movimentação do setor portuário brasileiro em 2019

Como adiantou a ATP (Associação de Terminais Portuários Privados) em seu balanço anual, as instalações portuárias brasileiras movimentaram 1,1 bilhão de toneladas de carga em 2019, com uma queda de 1,6% em relação ao ano anterior. Nesse cenário, os terminais privados tiveram destaque já que foram responsáveis por 66% da movimentação total no ano passado e registraram um crescimento médio anual (2010-2019) de 3,4%. Os principais perfis de carga nos portos privados foram granel sólido mineral, granel líquido e carga geral solta. Já os portos organizados ficaram com 34% e crescimento médio anual de 2,5%.

Os dados fazem parte do Anuário Estatístico Aquaviário apresentado pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) nesta quinta-feira, em Brasília. Segundo o presidente da ATP, Murillo Barbosa os números mostram a importante contribuição dos terminais privados para a economia brasileira, além de atestar a necessidade de mais investimentos em infraestrutura nos portos e em outros modais para melhor escoamento das cargas.

“Os números ratificam a decisiva contribuição dos terminais portuários privados para o desenvolvimento econômico do país. O investimento privado no setor portuário está superando as expectativas. Os TUPs já são uma tendência nacional e precisam ter mais atenção das autoridades. São necessários mais investimentos em rodovias e ferrovias, além de mais segurança jurídica, menos burocracia e regulação. Com mais liberdade para empreender, os terminais privados podem dar retorno ainda maior”, afirma.

Entre os terminais privados que mais movimentaram cargas em 2019 estão Ponta da Madeira (MA), com 190,1 milhões de toneladas seguido por Tubarão (ES), com 76,4 milhões. Em terceiro lugar, o Terminal Aquaviário de Angra dos Reis (Transpetro), no Rio de Janeiro, que movimentou 51,9 milhões de toneladas.

Já entre os portos organizados, Santos (SP) foi o que mais movimentou, com 106,2 milhões de toneladas, seguido por. Paranaguá (PR) com 47,5 milhões. Na terceira posição ficou Itaguaí (RJ) com 43,2 milhões de toneladas.

A movimentação de contêineres, considerando todas as navegações, foi de 117 milhões de toneladas em 2019, o que equivale a 10,5 milhões de TEU, unidade mais conhecida. O crescimento total de movimentação de TEU foi de 3,5% em relação à 2018. Nos portos privados, a movimentação de contêineres teve crescimento acentuado, com quase 11%, reflexo do aumento de autorizações nos terminais.

Segundo os técnicos da Antaq, a diminuição no volume total de movimentação de cargas foi puxada pela queda de 10% nas operações de minério de ferro, que representou cerca de 40 milhões de toneladas a menos no ano passado em relação à 2018. Entre os motivos para a queda estão as chuvas que prejudicaram a extração do minério no Pará e a influência do rompimento da barragem de Brumadinho (MG). No Brasil, o minério de ferro tem 33% de participação na movimentação portuária total.

A movimentação de petróleo e derivados e de milho tiveram os principais resultados positivos registrados em 2019, com crescimento de 11% e 58%, respectivamente. Além dos 55,7 milhões de toneladas de milho movimentadas no ano passado, a exportação desse granel aumentou 75% em 2019 em relação ao ano anterior.

Apesar da queda na movimentação total em 2019, o estudo destaca que nos últimos nove anos a movimentação de cargas cresceu 31,5% no país.

TUPs EM 2019

Dados da ATP comprovam que 2019 foi positivo para o setor portuário privado brasileiro. Ao longo do ano, foram autorizados 24 novos terminais privados, com publicação no DOU (Diário Oficial da União), o que representa uma carteira de investimento de R$ 1,6 bilhão.

O perfil de carga que se destacou foi o granel líquido (gasolina, óleo diesel e soda cáustica), que será movimentado por 17 desses 24 terminais. A Região Norte foi o maior destaque, com a autorização de 13 novos terminais privados. O ano de 2019 também trouxe 17 novos anúncios públicos, com previsão ainda maior de investimentos, com valores da ordem de R$ 7,7 bilhões.


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