quinta, 28 de março de 2024
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06/01/2020 | 17:12

PACIENTES COM HEMOFILIA PASSAM A TER ACESSO A NOVO MEDICAMENTO PREVENTIVO NO SUS

No mês em que é celebrado o Dia do Hemofílico (04/01), uma boa notícia aos pacientes atendidos no serviço público de saúde: a Secretária de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde aprovou, em dezembro de 2019, a incorporação do medicamento Hemcibra® (Emicizumabe), para tratamento preventivo de hemorragias.

A nova medicação, recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), é direcionada a pacientes com hemofilia A, tipo mais comum da doença, representando até 85% dos casos, e inibidores do fator VIII de coagulação refratários ao tratamento de imunotolerância.

A medida também atende a uma solicitação do Comitê de Acesso a Medicamentos da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), que atua para que novas medicações sejam incorporadas no Serviço Único de Saúde (SUS) e possam atender pacientes com doenças onco-hematológicas como a hemofilia.

“A ABHH tem se empenhado, sem medir esforços, para apoiar a incorporação de drogas e tratamentos essenciais à população brasileira”, afirma o presidente da entidade, Dante Langhi Jr. “Em 2019, realizamos dois Fóruns de Acesso a Medicamentos e esse resultado demonstra que nosso trabalho junto aos órgãos regulatórios está sendo efetivo”, completa.

Segundo Patrick Eckert, presidente da Roche, farmacêutica responsável pelo desenvolvimento do medicamento, a incorporação deverá ampliar as opções de tratamento, tornando acessíveis inovações em saúde pública. “Agora o Ministério da Saúde irá elaborar o protocolo clínico de tratamento para estabelecer os critérios para prescrição. Após a publicação do protocolo, o órgão tem um prazo de 180 dias para disponibilizá-lo na rede”, explicou.

A decisão foi publicada no Diário Oficial da União, na Portaria nº 62/2019, e pode ser consultada no link: http://bit.ly/Emicizumabe

Hemofilia no Brasil

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que no Brasil existam cerca de 9 mil hemofílicos. A hemofilia é uma doença hemorrágica hereditária ou adquirida, caracterizada pela ausência de diversas proteínas responsáveis pela coagulação do sangue.

Há dois tipos mais frequentes de hemofilia. A hemofilia A é caracterizada por uma deficiência de fator de coagulação VIII. Enquanto a hemofilia B, pela ausência de fator IX. Ainda, a hemofilia hemorrágica hereditária, mais rara, traz alterações no fator de von Willebrand, sendo chamada de doença de von Willebrand.

Para tratar a hemofilia é necessário administrar medicamentos com concentrados de fatores deficientes no sangue, por exemplo, quando o paciente se corta ou sofre um trauma, ou mesmo para preveni-los. As pessoas com hemofilia podem ser portadoras desde cedo, o que pode causar danos no aparelho locomotor (artrose, deformidades e dor nas juntas), comprometer a qualidade de vida e impactar no relacionamento social.

Desde 2011, o Brasil assegura no âmbito do SUS a profilaxia, possibilitando que os pacientes com hemofilia tenham qualidade de vida e exerçam atividades antes consideradas mais difíceis, como estudar, trabalhar e praticar esportes. Por meio dos Hemocentros e Centros de Tratamento de Hemofilia, essas pessoas têm acesso à medicação.

Acesso a Medicamentos

O Comitê de Acesso a Medicamentos da ABHH tem como missão debater os caminhos percorridos para a incorporação de novos medicamentos e o abastecimento de drogas amplamente utilizadas pelos sistemas público e privado de saúde.

“Temos um grau de inovação muito grande no tratamento do câncer de modo geral, mas também de outras doenças onco-hematológicas. Mesmo que essa aprovação dos medicamentos no Brasil aconteça de uma forma bem adequada, a incorporação destes tratamentos tanto no SUS quanto no sistema privado é um desafio”, concluiu Ângelo Maiolino, coordenador do Comitê.
 
 

Sobre a ABHH
A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) reúne hematologistas e hemoterapeutas e tem como frentes de atuação o desenvolvimento educacional e científico dos especialistas. Filiada à Associação Médica Brasileira (AMB), a ABHH possui mais de cinco mil associados.
 


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