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Geral
06/01/2020 | 17:09

Governo do Estado descarta reposição salarial para servidores

O governador Carlos Moisés da Silva falou, na manhã desta segunda-feira (6), sobre a possibilidade de reposição salarial para servidores do Estado. Ele comentou a posição do governo durante ato de apresentação de estratégias do Executivo para 2020, no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis. 

"O governo tem vontade de fazer. Rever especialmente as perdas inflacionárias dos servidores, mas obviamente que a gente tem que observar as oportunidades de caixa do governo. Nós não podemos conceder reajuste do que as pessoas tem a expectativa de receber e sim daquilo que é possível, daquilo que é realidade", afirmou.

Segundo o governo, apesar de fechar o ano com aumento de arrecadação de mais de 12%, o Estado passou muito próximo de atrasar salários. A conta da Fazenda é de que, em 2019, era preciso um aumento de no mínimo 8% para cumprir o pagamento em dia da folha. Para 2020, a necessidade deve ficar muito próxima desse número. 

"Nós não temos prazo para dizer assim 'Olha, daqui tanto tempo a gente pode começar a pensar em reposição salarial'. Nós fechamos a folha de pagamento no final de dezembro tirando dinheiro daqui e dali, depois a gente restitui, para ter um fôlego para fechar o 13º e o salário dos servidores", disse. 

Segundo a Fazenda, o Estado terminou 2019 com um déficit de R$ 1 bilhão. A expectativa do governo é de zerar a conta em 2020. O secretário da Pasta, Paulo Eli, diz que o déficit mensal deve acabar até julho, mas a meta oficial é outubro "para ter margem". Além disso, tramita na Assembleia a reforma da Previdência no Estado, que visa alinhar Santa Catarina com a legislação federal e ampliar as economias. 

"Qualquer movimento de reposição salarial seria um ato de irresponsabilidade nossa. Isso eu tenho absoluta certeza. Essa é uma corda que na minha avaliação não deve esticar, vai trazer prejuízo a todos, principalmente às pessoas", disse. Moisés respondia a uma pergunta sobre as reivindicações de auditores fiscais, e também de servidores da segurança pública, como policiais e bombeiros. 

"Nós não podemos trabalhar hoje com ameaça de categorias e corporativismo. Isso aí eu tenho muito claro. Eu trabalhei mais de 30 anos como servidor público e a gente sabia das possibilidades, dos nossos pleitos, das nossas ansiedades em relação a várias categorias, mas a gente tem que ter os pés no chão", afirmou. 

"Existe necessidade de reposição? Existe. Agora, se fala em valores exorbitantes, capitaneados por pessoas que muitas vezes não tem nem juízo para falar. Alguns estão no parlamento, não deveriam estar. Eu acho que o eleitor vai começar a amadurecer e vai filtrar esse tipo de movimento", concluiu.  

Os auditores fiscais reivindicam atualização nas verbas indenizatórias para uso do próprio carro em ações de fiscalização. Segundo a categoria, o valor pago hoje pelo Estado não é suficiente para cobrir os custos dos profissionais.

Os servidores da segurança pública pedem reposição salarial. A categoria está há seis anos sem reajuste e, segundo as entidades de representação, a perda inflacionária chega a quase 40%. 
 


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