Uma faixa de repúdio foi estendida na fachada da Casa de Carnes Aline, que fica no Bairro São João, em Itajaí. O proprietário, Antônio Carlos da Silva, diz que o protesto é contra o que ele chama de “propaganda enganosa” em relação ao aumento no preço da carne. O reajuste ocorre devido à alta nas exportações para a Ásia, e à menor oferta de carne no mercado nacional.

“Tem cortes que chegaram a 100% de reajuste. E como não explicam o valor exato desse aumento para o consumidor, nós, comerciantes, estamos sendo chamados de ladrão, passando por chacota”, comenta o comerciante.

Silva cita o caso do acém. Diz que, há 40 dias, pagava ao fornecedor pouco mais de R$ 10 o quilo do corte. Esta semana, pagou R$ 19,87. Os reajustes fizeram ele reduzir a margem de lucro, para que o produto continue atrativo. Mesmo assim, afirma que as vendas caíram. “Em duas semanas, a venda no balcão caiu 40%. Atendo restaurantes também, e para conseguir negociar estou enviando a tabela dos meus fornecedores aos clientes”.

A alta no preço da carne é resultado do equilíbrio entre oferta e demanda. A carne brasileira, que abastecia o mercado interno em Santa Catarina, está sendo exportada para a China. O país enfrenta uma epidemia de peste suína, e passou a consumir mais a carne bovina – o que reduz a oferta por aqui. Com menos carne disponível, o preço sobe.

O boom no preço da carne ocorre às vésperas das festas de fim de ano, quando também aumenta a demanda no mercado nacional.

Fonte: NSC Total / Dagmara Spautz