A Escola de Cães-Guias Helen Keller, localizada em Balneário Camboriú, (SC) está em busca de voluntários dispostos a contribuírem com a formação da próxima ninhada de cães-guias. Os socializadores fazem parte do processo que tornará os animais aptos para acompanharem os deficientes visuais após a formação completa. A instituição que já entregou gratuitamente 46 cães a deficientes visuais é a única da América Latina membro da Federação Internacional de Cães-Guias.
Os tutores recebem da entidade alimentação para o cão, atendimento veterinário, suporte técnico e o treinamento necessário, além de orientações sobre como fazer o animal passar despercebido nos ambientes de uso coletivo. “Os oito filhotes da ninhada ‘G’ serão entregues aos tutores quando completarem 60 dias e ficarão sob a sua responsabilidade até completarem 15 meses. Por se tratar de um filhote o cão demandará atenção, paciência e afeto da família socializadora”, alerta o secretário executivo da Escola de Cães-Guias Helen Keller Daniel Picoloto Bernardini.
Durante o período de socialização os cães frequentarão locais privados e públicos de uso coletivo, incluindo ambientes de trabalho, transporte, alimentação, entre outros locais que possam proporcionar a vivência de situações variadas. “Cão e socializador serão inseparáveis, fato que é amparado pela Lei 11.126/2005 e Decreto 5.904/2006 que garante o ingresso e a permanência em todos os estabelecimentos abertos ao público”, explica Bernardini.
A microempresária Rita de Cássia dos Santos Silva, moradora de Itajaí, foi uma socializadora e recomenda que outras pessoas contribuam com a formação dos cães-guias. Para ela, a experiência foi uma oportunidade de fazer o bem para outra pessoa além de exercitar a generosidade e o desapego:
“Os cães nos ensinam muito sobre o amor puro e desinteressado. A ‘Alegria’ chegou em nossa casa quando tinha apenas 45 dias e ficou conosco durante uns dois anos. Meu marido, meus filhos e eu abraçamos a causa até o fim. Nós sempre tivemos em mente que ela teria um caminho lindo pela frente. Já sabíamos que seria um ótimo cão-guia porque ela sempre demonstrou afeto pelas pessoas. Foi difícil nos separarmos dela, mas ficamos muito satisfeitos e felizes por saber que agora a ‘Alegria’ está ajudando outra pessoa”, relembra com carinho.
Após a etapa de socialização o animal retorna para a instituição para receber o treinamento técnico que o qualificará como guia. Se ele for graduado e não apresentar nenhum problema de saúde ou comportamental, será adaptado e doado a um deficiente visual.
Saiba como ser voluntário
Os cães-guias são entregues gratuitamente aos deficientes visuais cadastrados na lista de espera da Escola Helen Keller. Atualmente, cerca de duas mil pessoas aguardam pela oportunidade de se integrarem à sociedade com o auxílio dos cães. Quem tiver interesse e disponibilidade para contribuir com esta causa, tornando-se um socializador, deve preencher o formulário no site da escola www.caoguia.org.br e aguardar o contato do corpo técnico.
Além de oferecer atenção e carinho ao cão, o socializador precisa dedicar o seu tempo para se deslocar aos locais de treino, previamente agendados; idas ao veterinário (para vacinas ou exames de rotina); uma hora semanal para treinos iniciais em ambientes variados e banhos dados na escola, além de participar de eventuais encontros ou eventos proporcionados pela escola.
Sobre a Escola de Cães Guias Helen Keller
A escola é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, sediada em Balneário Camboriú (SC) e a primeira escola da América Latina ligada à Federação Internacional de Cão-Guia. Desde a sua fundação em 1993 já foram entregues 46 cães-guias. Em julho de 2016 foi inaugurada a primeira sede própria. Os deficientes visuais recebem o cão-guia gratuitamente. Para poder continuar com os treinamentos a escola depende de patrocínios e doações.
Mais informações: http://www.caoguia.org.br ou pelo telefone 47-99712-0986.