A Associação Ama Penha – Pais e Amigos dos Autistas – oficializou ao prefeito Aquiles da Costa, de Penha, a solicitação para a instalação de uma Clínica Escola voltada ao atendimento dos portadores desse transtorno. A entidade, presidida por Ivana da Costa, esteve em agenda com o prefeito nesta quinta-feira, 25 de julho, detalhando o pedido. O setor seria um espaço destinado ao trabalho de um corpo clínico e pedagógico voltado aos autistas, seguindo o modelo da primeira clínica do gênero, instalada na cidade carioca de Itaboraí.

De acordo com Ivana e a vice-presidente Luciana Carvalho Fonseca, a legislação de Penha já prevê o atendimento individualizado e coletivo aos autistas, e em termos legais, o Município já estaria apto a implantar esse espaço. Junto de mães e voluntárias da Ama, como Fabiana Silva, Fátima Ferreira e Aparecida Maria Costa, presidente e vice repassaram ao prefeito projetos originais e aspectos jurídicos para embasar o pedido.

Atualmente, a Ama Penha representa 50 autistas do Município, mas estima que há mais portadores desse transtorno – sejam eles já diagnosticados ou não. Ivana destacou que a entidade penhense já tem contatos com Berenice Piana, coautora de uma legislação nacional sobre os direitos dos autistas e também mentora do projeto da Clínica Escola.

Berenice, inclusive, como referência na área, já se colocou à disposição para orientar Penha sobre o funcionamento dessa clínica, além da valorização e superação do preconceito contra os autistas. Aquiles analisou o material e destacou que a intenção da Prefeitura é garantir o apoio necessário à Ama Penha, obedecendo as limitações orçamentárias. Ivana frisa que são necessários profissionais das áreas de Saúde e Educação especialmente capacitados para esse novo setor. 

Na visão do prefeito, uma clínica seria um espaço para atuação, em parceria, do corpo técnico, numa junção entre os setores de Saúde e Educação. Segundo o prefeito, a Prefeitura vai analisar o pedido, e repassará à Procuradora Jurídica acerca da questão legal. Aqules ainda reforçou a abertura da clínica da Escola Especial da Apae de Penha à comunidade, a qual ampliou os atendimentos de especialistas, somando mais de 3.000 atendimentos no primeiro quadrimestre do ano, os quais são custeados com recursos da Prefeitura.

Um ano de atividades

Ivana frisa que a Ama Penha não seria a administradora do espaço, pois atender ao autista demanda capacitação e conhecimento clínico e psicopedagógico. Mas o setor viria a atender uma demanda de famílias que hoje têm alto custo para atender seus filhos autistas em clínicas particulares.

Com um ano de atuação em Penha, a Ama já se notabiliza por ações como eventos desde setembro de 2018, rodas de conversa, jantar beneficente e mobilizações diversas visando atender mães e voluntárias da causa. Um dos exemplos é o 1º Seminário sobre o Autismo, que trouxe quatro especialistas para tratar o tema no último dia 2 de abril. O grupo também apoia o projeto de Equoterapia proposto meses atrás pelo vereador Maurício da Costa, o Lito, proposta que também está em análise por parte da Prefeitura.