terça, 16 de abril de 2024
Geral
02/10/2018 | 09:38

5,5 mil alunos abandonaram curso de engenharia, em Santa Catarina, em 2017

Por Sara Rodrigues

Os cursos de engenharia em Santa Catarina têm registrado altas taxas de abandono. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), em 2017, 14 mil estudantes começaram faculdade em uma das engenharias no estado. Porém, no mesmo ano, mais de 5,5 mil alunos decidiram trancar o curso.

Neste contexto, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou um estudo que mostra que o Brasil tem formado poucos engenheiros, e que isso prejudica o desenvolvimento tecnológico do país.

O professor de engenharia mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Walter Antônio Bazzo, acredita que as aulas ainda estão muito ligadas à teoria e à técnica de como fazer, e não entregam problemas reais para o aluno resolver.

“Eu acho que nós deveríamos ter mais quantidade, e não sei se mais qualidade na questão técnica. Mas, mais qualidade na questão de termos engenheiros que consigam prever ou consigam verificar quais são os problemas que nós temos na sociedade contemporânea”, afirma Bazzo.

O problema não está só em Santa Catarina, é uma preocupação nacional. De acordo com a CNI, para cada 10 mil habitantes, apenas 4,8 são graduados em engenharia. Enquanto em países mais desenvolvidos como Coreia, Rússia, Finlândia e Áustria contavam com mais de 20 engenheiros para o mesmo número de pessoas.

A diretora de inovação da CNI e superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Gianna Sagazio, explica que o mundo tem mudado de forma acelerada, e por isso, é importante preparar bem futuros engenheiros para que eles acompanhem o ritmo da indústria.

“Se não tivermos engenheiros e engenheiras preparados para os impactos dessa revolução digital, não conseguiremos ser um competitivos e nem gerar qualidade de vida para a nossa população”, afirma Sagazio.

O estudo da CNI “Ensino de Engenharia: Fortalecimento e Modernização” faz parte de uma série de propostas que foram entregues para os presidenciáveis, neste ano. Para a problemática da evasão e interesse pelos cursos de engenharia, foi proposta uma melhoria no ensino e no desenvolvimento de habilidades que caminham lado a lado com o setor produtivo brasileiro.

Além dos índices baixos de estudantes que concluem o curso de engenharia, os cursos também não foram tão bem avaliados. Em 2016, 1.538 cursos foram avaliados. Destes, o INEP informou que cerca de 60% atingiram apenas a nota mínima satisfatória, e 15% ficaram abaixo desse valor.


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