quinta, 28 de março de 2024
Geral
19/07/2018 | 15:13

Fake news impactam índice de vacinação e doenças já erradicadas preocupam a secretária de saúde de Santa Catarina

A Secretaria Estadual de Saúde do estado faz alerta para a importância da vacinação de Tríplice Viral. De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, há queda no índice de vacinas em crianças e em bebês, e vem diminuindo e já é o menor desde 2002. O programa demonstra, ainda, que a proteção contra a poliomielite, doença que causa paralisia, caiu de 98% em 2015 para 77% no ano passado em todo o País. O Ministério emitiu um alerta para evitar o retorno de doenças como a poliomielite e outras que já tinham sido erradicadas ou controladas no passado e que, diante do atual cenário de baixa vacinação, podem voltar a ser confirmadas no País, como é o caso do sarampo.

Os Estados do Amazonas e Roraima já têm 463 casos confirmados, o estado do Rio de Janeiro investiga dezessete suspeitas de sarampo, sendo que a região não possui registro da doença desde 2014. De acordo com o infectologista do Santa Luzia, Alberto Chebabo, a imunização é a maneira mais eficiente para evitar surtos epidêmicos. "A vacina é extremamente importante para combater essas doenças, visto que essas doenças podem ser transmitidas com muita facilidade", afirma Chebabo.

Segundo o doutor Chebabo, esta queda de imunização pode estar relacionada ao desaparecimento ou baixa incidência de algumas doenças que já foram muito comuns no País e, também, pela divulgação das fake news que assustam as mães na hora de vacinar os filhos. "Os boatos têm esse poder de assustar e acabam se tornando virais, já que muitas pessoas compartilham acreditando na veracidade da informação. Inúmeras fake news sobre a vacinação infantil foram espalhadas, mas vale ressaltar que a proteção nos recém-nascidos é indispensável, pois estimula o corpo do bebê a produzir respostas imunológicas protegendo-os de determinadas doenças", explica o médico.

O sarampo, assim como a rubéola e a caxumba, pode ser prevenido com a Vacina Tríplice Viral. De acordo com a recomendação do Ministério da Saúde, bebês, adolescentes e adultos de até 50 anos devem ter as duas doses da vacina em dia. Já os adultos com mais de 50 anos que viveram na época em que o sarampo era uma doença frequente e que provavelmente já tiveram o vírus, já têm proteção natural contra a doença. O sarampo é adquirido pelo ar, por meio de uma simples tosse ou espirro. Os sintomas são coriza, tosse, dor de garganta, febre alta, manchas vermelhas e irritação na pele e podem aparecer de 10 a 14 dias após o contato com o vírus. O diagnóstico é realizado por meio de exame de sorologia para sarampo ou pela identificação do material genético do vírus no sangue, por meio do exame de PCR para sarampo, na dependência do tempo de evolução da doença. O tratamento deve ser descrito por um especialista.

Para a prevenção da poliomielite, os pais devem vacinar os bebês com a Vacina Inativada Poliomielite (VIP). A doença pode ser transmitida pela água, por alimentos contaminados e pelo contato com uma pessoa infectada. O diagnóstico é feito por exames de fezes para pesquisa de vírus. A poliomielite pode ocasionar paralisia e podendo também ser fatal. "As crianças são o grupo mais propenso para contrair poliomielite, sendo que o risco maior é a paralisia flácida, que está atrelada a sequelas motoras, sem movimentação dos membros inferiores. A paralisia flácida é a sequela mais comum causada pela poliomielite, sendo que qualquer pessoa pode ser acometida", disse Chebabo

A vacinação também tem um papel social, uma vez que reduzindo a circulação de vírus patogênicos as próximas gerações estarão menos expostas ao risco de contrair estas doenças.

Fake news

Um conhecido exemplo de fake news está relacionado a um estudo do médico britânico, Andrew Wakefield, em 2010, que rendeu uma crise na saúde pública de países como Reino Unido, Estados Unidos e até no Brasil. A pesquisa, que posteriormente foi desacreditada, alegava que a vacina Tríplice Viral, que protege contra caxumba, sarampo e rubéola, estava relacionada com o desenvolvimento de uma síndrome intestinal e sintomas de autismo em crianças. Até os dias de hoje, o conteúdo desse estudo circula na internet, sendo que o Conselho Geral de Medicina do Reino Unido aferiu que as afirmações do estudo eram absolutamente falsas. Outros boatos que circulam na internet apontam que as vacinas possuem mercúrio – informação também equivocada.

O recomendado é que os pais sempre tirem as dúvidas com o pediatra, dessa forma, o especialista desmistificará todas as fake news sobre a vacina, além de ressaltar a importância da vacinação para a saúde dos bebês.


JORNAL IMPRESSO
29/03/2024
22/03/2024
15/03/2024
08/03/2024

PUBLICIDADE
+ VISUALIZADAS