quinta, 28 de março de 2024
Geral
04/06/2018 | 13:56

Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva realiza média de 20 mil atendimentos por ano

Os olhos acompanham cada movimento, focam e demonstram interesse em compreender o que está acontecendo. Quando provocados reagem aos estímulos, nem sempre de imediato. Às vezes, leva um tempo até que a pessoa responda ou indique levantando o polegar que o aparelho auditivo está em pleno funcionamento. Esta realidade é encontrada em muitos dos pacientes encaminhados ao Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), durante o processo de triagem, avaliação, adaptação do aparelho e acompanhamento.

 

 

O serviço é referência para a população residente em 53 municípios do Vale, Médio Vale e Alto Vale do Itajaí, com a realização de cerca de 20 mil atendimentos por ano. Em doze anos de existência, aproximadamente 14 mil pessoas foram contempladas pelo Sasa, sendo que destas, 10 mil receberam aparelhos auditivos, com atendimento especializado e acompanhamento multidisciplinar.

A fonoaudióloga e professora Indiara de Mesquita Fialho, responsável pelo Sasa, explica que a proposta do serviço não se restringe à adaptação do aparelho auditivo. "Buscamos sempre acolher, orientar e ajudar a família do deficiente auditivo a enfrentar o problema, possibilitando mais qualidade de vida a eles", destaca.

 

                                                                                                                                                                                       Fotos: Dales Hoeckesfeld2018-06-040 Sasa Univali 2.png

O trabalho já transcende gerações. Luciana dos Passos, 40 anos, de Itajaí (SC), passou pelo serviço há dez anos. Ela tem perda auditiva profunda bilateral, de nascença. Recebeu os aparelhos e após uma década retornou à Univali, desta vez para avaliação do filho mais novo, Rubens, de apenas oito meses. Com a ajuda de uma das filhas que a acompanha, Júlia, 8 anos, ela explica que dos cinco filhos que tem apenas ele apontou comprometimento na audição. O problema apareceu no teste da orelhinha, feito ainda na maternidade. Agora o bebê está sob avaliação da equipe, que definirá o procedimento mais apropriado para o caso dele.

Já Silvestre Eyng, 77 anos, morador de Blumenau (SC), foi encaminhado ao serviço há dois anos, pela Unidade de Saúde Básica do Município. Em maio, ele retornou para fazer um novo molde e regular o aparelho. A filha dele, Édina Eyng, conta que antes o convívio familiar estava muito comprometido: "Ele desconfiava de tudo, achava que estávamos falando dele e se isolava. Aqui, além de adaptar o aparelho, temos esse acompanhamento especial e gratuito", afirma.  Como diz o Seu Eyng: "Agora ficou tudo melhor, voltei a viver".

Atender uma ligação telefônica, negociar com um cliente em um ambiente conturbado e dialogar com as pessoas consistem em tarefas simples, mas que sempre demandaram muito esforço à consultora comercial Cláudia Alves Ferreira, 41 anos. Ela tem perda auditiva leve no lado esquerdo e moderada à severa no lado direito. Emocionada, revelou suas dificuldades e expectativas ao receber o aparelho e colocá-lo pela primeira vez: "É uma experiência nova, são anos sem perceber alguns sons, de dificuldades e muito estresse. Estou muito feliz".

Equipe especializada e multidisciplinar

A equipe é formada por 17 profissionais, entre os quais, onze fonoaudiólogos, dois otorrinolaringologistas, uma neuropediatra, uma assistente social e dois psicólogos, que realizam diagnósticos e tratamentos de alterações auditivas. Nos doze anos de existência do serviço, foram adaptados aparelhos em aproximadamente 10 mil pessoas, sendo que 71% delas colocou nas duas orelhas. Vale ressaltar que, 55% destes pacientes têm mais de 60 anos, 31% deles têm entre 15 e 59 anos, 11% possui idade entre 4 e 15 anos, e 3% tem menos de 4 anos.

Saiba mais sobre o curso de Fonoaudiologia da Univali em http://queroestudar.univali.br/fonoaudiologia/.


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