O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Pesca de Santa Catarina (Sitrapesca), José Henrique Pereira, voltou de Brasília com boas expectativas para a safra da tainha 2018. Na reunião do CPG Pelágico Sul Sudeste ficou pré-estabelecido uma cota de captura de até 4.800 toneladas entre pescadores industriais e artesanais. O acordo ainda não é oficial, mas se a cota for confirmada, um número maior de embarcações deverá ser autorizado a capturar o peixe.  

Para que as tratativas da reunião sejam oficializadas é necessária ainda a homologação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ainda assim, o acordo extraoficial já é motivo de comemoração. “Pedimos a liberação da pesca para todos os barcos e uma conta de 10 mil toneladas, ficou previamente acordada uma cota geral de quase metade dessa quantia, mas esse já é um começo. Melhor um pássaro na mão do que 10 voando”, afirmou Henrique Pereira.

Participaram da reunião do CPG Pelágio Sul Sudeste representantes do Ministério Público, do Ibama, do Governo Federal, da indústria da pesca, dos trabalhadores e dos sindicatos patronais. No acordo extraoficial ficou estabelecido uma cota geral de 4.800 toneladas dividida da seguinte forma: 2.500 toneladas para 50 barcos industriais, 1.300 toneladas para 130 embarcações anilhadas (que são as traineiras artesanais de menor porte) e o restante para os pescadores artesanais.

Os critérios para a escolha dos barcos que terão autorização para capturar tainha ainda não foram estabelecidos. Em 2017, das 130 traineiras registradas no Brasil, apenas 17 foram autorizadas a pescar tainha através de um sistema de sorteio eletrônico – forma considerada injusta e veementemente criticada pelo setor pesqueiro.

Na reunião ficou definido ainda que a indústria será responsável pelo fornecimento de dados de captura para estudos científicos sobre o estoque da espécie. A partir desses dados, serão definidas as metas da pesca da próxima safra.

A expectativa é que o acordo estabelecido na reunião realizada na última semana em Brasília seja assinado até o final do mês de abril. No dia primeiro de maio inicia o período de pesca artesanal da tainha. Já a pesca industrial da espécie terá início no dia primeiro de junho.