quinta, 28 de março de 2024
Geral
16/08/2016 | 22:05

Estudos definem as causas da explosão que deixou dois trabalhadores queimados

No dia 13 de julho, dois homens ficaram gravemente feridos em explosão de equipamento em uma empresa do bairro Salseiros, em Itajaí. Os dois trabalhadores sofreram queimaduras de primeiro e segundo grau por todo corpo. Os Bombeiros foram acionados pelo telefone 193, realizaram os procedimentos de Atendimento Pré Hospitalar e conduziram as vitimas para o hospital de imediato.

Resumo da Ocorrência

As vítimas encontravam-se dentro do reator executando a quebra do coque com o auxílio do martelete elétrico. Ao ocorrer o centelhamento do martelete em contato com o ambiente contaminado pela poeira, houve a explosão. Ambos conseguiram sair do reator pela abertura inferior. Apesar de conscientes, sofreram queimaduras em 90% do corpo, inclusive vias aéreas. Uma das vítimas veio a óbito 13 dias após o acidente e a outra encontrava-se na UTI do Hospital Marieta Konder Bornhausen, correndo risco de morte.

Como Surgiu o Incêndio

A explosão iniciou-se por conta de uma centelha gerada pelo equipamento conhecido como martelete elétrico. Essa centelha, quando em contato com a poeira advinda da quebra do coque no interior do reator, ocasionou sua queima de forma abrupta, gerando a explosão do ambiente. Após o martelete elétrico gerar a centelha, houve a queima do material em suspensão no interior do reator de forma quase que instantânea, gerando um súbito aumento de temperatura e de volume dentro do ambiente, liberando assim grande quantidade de energia por meios de ondas de pressão que só não foram mais fortes porque as aberturas do reator encontravam-se desobstruídas. O fenômeno apresentado na ocorrência foi a explosão, que caracteriza-se pelo súbito aumento de volume e grande liberação de energia, geralmente acompanhado por altas temperaturas, produção de gases e liberação de ondas de pressão ao redor do local.

Correlação dos Elementos Obtidos

A explosão restringiu-se a apenas um maquinário da edificação – um dos reatores da empresa, o qual era utilizados para reciclagem de óleo de navio. Sendo assim, o referido reator foi classificado como Zona de Origem da explosão. Dentro da zona de origem, identificou-se que tratava-se de ambiente confinado contendo em seu interior o material chamado de coque. Segundo a Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico (FISPQ) da Petrobrás, a dispersão de partículas finas do coque em ambientes confinados pode aumentar o risco de explosão quando em contato com uma fonte de calor. Por ocasião da extração desse material com o auxílio de um martelete elétrico, diversas partículas certamente foram lançadas nesse ambiente confinado, as quais proporcionaram o ambiente ideal para que a explosão pudesse ocorrer. No local havia um aparelho utilizado para extração dos gases e poeira porém deduz-se que não foi eficaz ou encontrava-se desligado no momento da explosão. No local havia um aparelho utilizado para extração dos gases e poeira porém deduz-se que não foi eficaz ou encontrava-se desligado no momento da explosão. Identificou-se ainda como foco inicial o martelete elétrico, único equipamento elétrico utilizado no local capaz de gerar uma centelha, seja no equipamento em si, seja em sua conexão com a extensão que encontrava-se dentro do reator e que apresentava índice elevado de sujeira. Para identificação da origem da explosão, foi descartada a hipótese de combustão espontânea, uma vez que a natureza dos materiais existentes na zona de origem não permitiria uma possível auto ignição apenas com a temperatura ambiente, foi descartada a hipótese de fenômeno natural, pois, segundo o site oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), não houve incidência de descarga atmosférica na região durante aquela madrugada e também descartada ainda a hipótese de ação humana direta, pois não havia indícios de ação de agente acelerante e nem sinais de violação do local. Além disso, não foi identificado nenhum motivo que justificasse uma ação dolosa por parte de qualquer indivíduo.

Resultados foram obtidos no Laudo Pericial realizado pelo perito 2º Tenente BM Rafael Giosa Sanino.


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