quinta, 28 de março de 2024
Geral
15/07/2016 | 10:25

Nós temos uma cerejeira japonesa!

A sede da Editora Bittencourt está mais bonita nesta estação. É que a cerejeira plantada na calçada está lindamente florida, com um cor de rosa de encher os olhos. É a natureza mostrando todo seu esplendor com uma árvore símbolo no Japão.

Observar de perto uma cerejeira japonesa é experimentar por alguns minutos um hábito muito arraigado na cultura oriental: o hanami, a contemplação das flores. Para quem não sabe, enquanto nos países asiáticos existem até 200 espécies de cerejeiras ornamentais, aqui no Brasil a prunus campanulata está entre as mais conhecidas e resistentes. Ainda assim, a espécie manteve as características principais de suas irmãs nipônicas: a árvore não passa de 12 metros de altura, se adapta melhor ao clima frio, tem crescimento lento e flores de pouca duração (não resistem uma semana nos galhos).

Na América Latina a árvore perde todas as folhas entre maio e junho e floresce a partir de julho. A espécie aprecia solo rico em nutrientes, composto de partes iguais de terra vegetal e composto orgânico. A multiplicação por sementes é muito boa, mas as mudas precisam de no mínimo cinco anos para darem flores pela primeira vez.

A tradição em torno da flor nacional símbolo do Japão está calçada em lendas e crenças. Sakura é uma modificação do nome sakuya, proveniente da princesa Kono-hana-sakuya-hime, quem os japoneses veneravam no topo do Monte Fuji. Acredita-se que a princesa tenha caído dos céus sobre uma cerejeira.

Outro aspecto de forte significado de sakura é sua ligação com os samurais. No período feudal, a vida desses guerreiros era comparada à efemeridade da flor de cerejeira, que durava apenas três dias na primavera. Da mesma forma eram os samurais, sempre dispostos a dar suas vidas em nome de seus mestres. Também conhecida como “flor das flores” no arquipélago, hoje sakura faz parte da padronagem de quimonos e acessórios decorativos. 

A cerejeira da rua Anita Garibaldi, 425, foi plantada há pelo menos 25 anos pelos antigos proprietários, Arduino Martini e sua esposa Orphila. Eles moraram na casa onde hoje funciona a Editora Bittencourt por 17 anos antes de vendê-la. A muda da árvore foi presente de um dos filhos do casal, que trouxe após visita ao Japão.

Quando compramos a casa, em 1999, os proprietários nos fizeram prometer que jamais cortaríamos a árvore, pois tinham um carinho muito especial por ela. E foi o que fizemos. Apesar das várias reformas e ampliações pelas quais a casa passou durante esses mais de 20 anos, sempre a mantivemos bem cuidada. Por dois motivos: primeiro pela promessa que fizemos ao casal, em segundo lugar porque a visão da árvore quando florida é de uma beleza ímpar, mesmo que sejam apenas alguns dias.

Por Carlos Bittencourt, diretor da Editora Bittencourt


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