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Geral
05/07/2016 | 18:26

Projeto Baleia Franca dá início ao monitoramento da temporada 2016

As baleias-francas ainda não chegaram em definitivo para a temporada reprodutiva na costa do estado de Santa Catarina. Mas, em junho, o Projeto Baleia Franca (PBF) confirmou uma avistagem no dia 6, na praia de Itapirubá Sul, região da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca. A bióloga Karina Groch, diretora de pesquisa do projeto, considera normal que as tradicionais visitantes do litoral catarinense no período de julho a novembro, comecem a chegar a partir da segunda quinzena de julho.

Nos últimos anos, uma média de 113baleias têm sido registradas pelo PBF, entre Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul. A maioria são fêmeas grávidas que se aproximam da costa, principalmente entre o município de Rincão, extremo Sul do Estado, e o Sul da Ilha de Santa Catarina, região de abrangência da APA da Baleia Franca, à procura de águas quentes e enseadas protegidas para o nascimento de seus filhotes. As fêmeas têm um filhote a cada três anos, sendo que o tempo de gestação é de 12 meses.

Machos também costumam ser vistos, formando pares para o acasalamento com fêmeas receptivas. Elas partem da Antártica, onde se alimentam e acumulam reserva energética em forma de gordura para a jornada rumo ao continente sulamericano.

 

Monitoramento por terra e ar

 

No dia 1º de junho, o PBF iniciou o monitoramento diário a partir de pontos estratégicos do litoral, dentro dos limites da APA da Baleia Franca, onde são registradas diversas informações científicas acerca da presença das baleias. Os trabalhos são conduzidos por biólogos, com auxílio de voluntários de todo o País que se cadastram no Programa de Voluntariado do Projeto Baleia Franca. Também serão realizados sobrevoos de monitoramento para censagem e fotoidentificação das baleias.

São os trabalhos de avistagem e de monitoramento das baleias-francas que permitem quantificar a presença da espécie no litoral brasileiro e entender o comportamento destes cetáceos. Dizimadas pela caça em meados da década de 1970, as baleias-francas voltaram a ser vistas na costa brasileira na década de 1980, o que estimulou a decretação do fim da caça de todas as espécies de baleia no Brasil.

Foi nesta época, em 1982, nasceu o Projeto Baleia Franca. Posteriormente, em 2000, criou-se por decreto a APA da Baleia Franca, com o objetivo de proteger a principal área de ocorrência da espécie no Brasil. Passados 16 anos, hoje, a estimativa de crescimento populacional das francas é de 12% ao ano, segundo Karina Groch, diretora de pesquisa do PBF.

“Elas costumam retornar sempre ao mesmo local para terem os filhotes. Todos os animais que passam por aqui são catalogados por meio de fotografia das calosidades que têm em cima da cabeça, únicas para cada animal como uma impressão digital. Com isso, podemos saber se elas retornam”, explica.

Atualmente, o Catalogo Brasileiro de Fotoidentificação das Baleias Francas, mantido pelo Projeto Baleia Franca, conta com cerca de 800 baleias catalogadas.

Saiba mais sobre as baleias francas

Devido ao seu hábito costeiro, as baleias francas podem ser observadas facilmente à beira-mar. Elas costumam se aproximar das ondas de arrebentação ou de costões. A avistagem a partir da praia depende das condições do tempo e do mar, já que em dias com mar agitado ou com chuva, a visibilidade fica prejudicada e é mais difícil avistar as baleias, mesmo elas estando próximo à costa.

O Centro de Vistitantes, que é sede do Projeto Baleia Franca e está localizado na praia de Itapirubá, também é um bom local para avistar as francas e saber mais sobre a história desse belo animal. O local está em reforma, mas será reaberto ao público neste próximo dia 12 de julho. Lá existe um deck próprio para observação das baleias, e o projeto ainda oferece aos visitantes orientação e acompanhamento da equipe. A entrada no Centro de Visitantes é gratuita. O horário de funcionamento é das 9h as 12h e das 13h30 as 17h, de terça a sábado.

Outra opção é o Museu da Baleia, em Imbituba, aberto à visitação. O Museu, instalado no prédio reconstruído da antiga estação baleeira de Imbituba, conta a história da caça às baleias e da luta para sua proteção. O horário de funcionamento é de terça a sexta das 9 as 18h, e sábado e domingo das 9h as 13h.

Siga as baleias

Para que a população acompanhe a presença da baleia-franca no litoral catarinense, o Projeto Baleia Franca disponibiliza em seu website um mapa com a localização mais recente das baleias francas. O endereço é http://www.baleiafranca.org.br/avistagens/avistagens.php.

O mapa contém informações provenientes do monitoramento diário realizado pela equipe do PBF, bem como informações externas, de moradores e visitantes que registram e informam a presença da espécie na região.   As informações podem ser enviadas ao PBF pelo email projeto@baleiafranca.org.br  ou pelo facebook https://www.facebook.com/ProjetoBaleiaFrancaBrasil/


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