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08/04/2016 | 09:37

“É impossível fazer política sincera se pensarmos ‘o que eu vou ganhar com isso?’”

Nascido e criado no bairro Salseiros, em Itajaí, o vereador Osvaldo Mafra (SD), 52 anos, sempre trabalhou em prol da comunidade carente. Filiado ao Partido Solidariedade há três anos, o parlamentar mantém os mesmos projetos, agora mais elaborados, para favorecer quem ainda não tem voz ativa na sociedade. Pré-candidato à prefeitura de Itajaí, reúne confiança, aliados e planos para modificar o governo itajaiense. Em entrevista do Jornal dos Bairros, o vereador fala sobre o projeto do Solidariedade para Itajaí, das mágoas com o atual governo municipal, projetos já realizados na Câmara dos Vereadores e previsões para as próximas eleições municipais.

Jornal dos Bairros – Visto que PSDB, PR e Solidariedade estão juntos, quais são os dois nomes que devem sair para uma disputa na majoritária, o seu com o Deodato Casas (PSDB) ou o Deodato com o Maurilio Moraes (PR)?

Osvaldo Mafra – Eu aposto na minha candidatura, isso porque Itajaí tem entendido o nosso trabalho. No último pleito eleitoral, em 2014, o extrato eleitoral de Itajaí foi meu, com mais de 25 mil votos só para deputado federal. Eu consegui mais votos que o Cláudio Vignatti, candidato a governador pelo PT, e outros candidatos. Acima de mim só conseguiram mais votos o governador Raimundo Colombo e os candidatos a senadores Paulinho Bornhausen e Paulo Bauer. Esse extrato eleitoral de Itajaí me pertence. Não tenho dúvidas de que serei o escolhido para disputar como candidato a prefeito, até porque as minhas ideias fecham com o PSDB e com o PR. Nós buscamos uma unidade para reverter o quadro político na cidade.

Jornal dos Bairros – E quem o senhor gostaria que fosse seu vice?

Osvaldo Mafra – Qualquer um, desde que tenha o pensamento de fazer uma política nova para o município e dar um choque de gestão nessa prefeitura, porque nós podemos fazer isso. Não podemos ter uma prefeitura com 34 secretarias, três autarquias e duas fundações. Nós precisamos que Itajaí tenha esse choque, que diminua o número de secretarias e unifique fundações com o mesmo propósito. Turismo, Cultura e Fundação Genésio Miranda Lins têm o mesmo intuito, então é possível diminuir esse número. O próximo prefeito tem que ter coragem de assumir esse serviço com a sociedade, deve diminuir a máquina pública. Cargos comissionados não são para agradar e beneficiar partidos políticos alinhados. Devemos fazer política para o povo, não para os partidos. [E isso é possível?] Fazemos um projeto político sem discutir com quais os cargos cada partido deve ficar. Nossas conversas são tão sadias que nem discutimos o rateio de vagas na prefeitura. É impossível fazer política sincera se pensarmos “o que eu vou ganhar com isso?”.

Jornal dos Bairros – Quantos vereadores o SD pretende lançar neste ano?

Osvaldo Mafra – Temos 32 candidatos. Nosso partido vai concorrer com uma chapa cheia. Já estamos com todos os nomes dos nossos pré-candidatos, que estão em todos os segmentos, seja saúde, educação, em defesa dos animais, esporte e lazer, entre outros. É uma variedade de candidatos, homens e mulheres, que estão envolvidos em alguma ação dentro da sociedade. Nós abrangemos quase todos os bairros de Itajaí, em igrejas evangélicas e católicas, para fazermos uma miscigenação bem ampla da sociedade de Itajaí. Boa parte dos nossos candidatos não tiveram nenhum contato com eleições anteriores, são pessoas novas. Apenas três pré-candidatos já concorreram em outras eleições, o demais são novos, mas que sempre foram envolvidos no procedimento eleitoral. São pessoas que têm uma ficha de trabalho a favor de Itajaí. Começamos a trabalhar em 2015 com nossa nominata. Trabalhamos com um projeto de governo novo para o município. O mais importante são as demandas da população, queremos saber o que o povo quer, quais são as prioridades. Queremos uma proposta simples, de fácil entendimento e que seja exequível. Queremos um projeto que possamos cumprir, porque a mentira será algo que não vamos admitir na próxima eleição municipal. Já bastam as mentiras do governo federal, do governo estadual e do nosso governo municipal. São propostas mentirosas que nunca são cumpridas. Nós vamos trabalhar em cima da verdade. Um dos primeiros trabalhos para compor a nominata foi realizar uma comissão para buscar novas pessoas, que tivessem ligação com as áreas da saúde, educação, segurança pública, mobilidade urbana, etc. Realizamos pesquisas com a população para saber o que a população de Itajaí precisa. Qual é o ponto prioritário do nosso município? Temos que fazer o que a população deseja e não o que o governante quer que seja feito.

Jornal dos Bairros – O senhor começou a trabalhar muito cedo, aos sete anos. Apesar de ser considerada uma situação de vulnerabilidade, hoje em Itajaí ainda existem crianças trabalhando. O senhor concorda com o trabalho infantil como forma de auxiliar a família e de impedir que a criança esteja no ócio?

Osvaldo Mafra – Na minha época era necessário trabalhar; ou trabalhava ou passava fome. Meu pai, uma pessoa de pouca instrução, tinha um emprego que não lhe rendia um grande salário. Eu era obrigado a trabalhar para ajudar em casa. O mundo mudou, mas o Estado não faz a sua parte. O Estado não dá possibilidade de as famílias terem uma vida com qualidade. Eles não deixam os jovens entre 14 e 15 trabalharem, mas não dão assistência à família. O Estado reprime quem coloca a juventude a trabalhar, mas nega a contrapartida de ajudar essas pessoas. O governo combate ao trabalho infantil, mas não faz a parte social. Santa Catarina é o Estado com maior número de trabalho infantil, segundo o IBGE. Isso porque nossa cultura é diferenciada. Na agricultura familiar é comum todos trabalharem desde pequenos. Ninguém quer ficar parado. A incidência da criminalidade é muito forte em Santa Catarina por conta da falta de ocupação. Como vamos ter uma educação de qualidade e ocupar nossa juventude se o período escolar é de quatro horas diárias? A criança fica ociosa no contra turno escolar. A criança fica à mercê dos cuidados da família ou à mercê da criminalidade. As crianças ocupadas têm menos contato com o crime. É por isso que lutamos por uma escola integral. Precisamos de um período pedagógico e outro período com cursos culturais, esportivos, entre outros. Queremos que as crianças tenham vontade de ir à escola. Devemos reformular a grade curricular nas escolas, tornando as atividades atrativas aos alunos e também aos pais.

*Confira a entrevista completa na versão impressa do Jornal dos Bairros


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