A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Enredados na manhã de quinta-feira. Os agentes cumpriram 13 mandados de busca e apreensão, oito mandados de condução coercitiva e um mandado de prisão em Itajaí. A sede do Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) recebeu a visita da PF. 

A operação tem apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). O objetivo é desarticular uma organização criminosa que atua junto ao Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e ao Ibama de Santa Catarina. A PF não informou o nome do envolvido preso em Itajaí.

Foram cumpridos 61 mandados de busca e apreensão, 19 mandados de prisão preventiva e 26 de condução coercitiva em Brasília (DF), São Paulo (SP), Angra dos Reis (RJ), Rio Grande (RS), Florianópolis, Laguna, Itajaí, Camboriú, Bombinhas (SC), Natal (RN), Belém e São Félix do Xingu (PA).

A Operação Enredados apura crimes de corrupção, tráfico de influência e advocacia administrativa entre servidores públicos, armadores de pesca, representantes sindicais e intermediários. Os envolvidos atuavam na concessão ilegal de permissões de pesca industrial, emitidas pelo MPA.

Embarcações eram licenciadas sem requisitos prévios para autorização. Em outros serviços ilegais, os envolvidos criavam impasses aos donos de barcos para conseguirem propina. O licenciamento para a pesca da tainha, em 2015, é um dos fatos investigados na operação.

Espécies ameaçadas de extinção, com pesca proibida, foram apreendidas na operação, como o tubarão azul, tubarão cola-fina, tubarão anjo e raio viola. A PF capturou mais de 240 toneladas de pescado ilegal, com preço de mercado superior a R$ 3 milhões.