sexta, 29 de março de 2024
Política
04/09/2015 | 09:50

Restabelecer a confiança da população com o legislativo é a meta do vereador Luiz Carlos Pissetti

Com as eleições municipais se aproximando Itajaí vive momentos de articulação política e mesmo quem se diz de certo modo alheio à movimentação, mexe seus pauzinhos. Ligado à política desde pequeno, o vereador e presidente da câmara Luiz Carlos Pissetti (DEM) é desses que come pelas beiradas.

 

Sem citar nomes diz que o eleitor deve estar atento a candidatos que não tem ligação com a cidade. Comenta também a dificuldade em eleger candidatos locais, tanto no governo municipal quanto estadual, e sobre a falta de confiança da comunidade com o poder público.

 

Fato esse que o parlamentar natural de Ponte Serrada, mas que veio para Itajaí aos 19 anos, quer mudar. Pissetti quer combater a descrença da comunidade com o Legislativo. Para isso propõe projetos que julga serem fundamentais para o município, como a recente proposta de redução no número de vereadores em Itajaí.

 

“Quer se candidatar a deputado? Vai participar da eleição junto com outro prefeito. Ou não dá, senão o cara vira prefeito, vira deputado, vira prefeito de novo e isso não adianta”

 

“Na metade da sessão, tu já não sabe mais quem é quem propôs o que, quem está defendendo o que , a matéria fica apagada e a coisa não acontece”

 

“Nós falhamos, não conseguimos mais escutar o povo, não sabemos mais o que o povo pensa, nos afastamos”

 

JB – Recentemente a Câmara de Vereadores esteve envolvida na Operação Parada Obrigatória I e II, envolvendo o vereador José Alvercino Ferreira (PP). Isso mancha a imagem da Câmara de Itajaí, dita como “a casa do povo”?

 

Pissetti  – Os assuntos relacionados à investigação policial, que resultou na prisão do vereador José Ferreira, aconteceram no Executivo, não na Câmara de Vereadores. Embora ele seja vereador hoje, o fato gerador da investigação policial se deu quando no exercício da função pública, lá na Codetran. Toda a centralização da operação se deu no Executivo, então não é uma questão da câmara. Também se deu por uma ação pessoal dele, não como vereador nem em razão do mandato dele. Não há essa vinculação com a câmara, por mais que tentem vincular.

 

O vereador não está na Comissão de Ética porque até agora não houve nenhuma denúncia de nenhum cidadão ou vereador de que teria essa ação dele, resvalado para a questão ética, por falta de decoro parlamentar, que é o único julgamento que podemos fazer, o político. O vereador pode perder o mandato dele, mas é em uma decisão de ação penal, daqui três, quatro anos, não agora. E não sei se ele vai ter mandato até lá, não sei se ele cumprirá esse mandato, se a Justiça afastará do mandato, eu não sei. Isso é consequência da ação penal, não do exercício da função dele. E volto a dizer que, embora os vereadores da oposição usarem a tribuna da câmara para reclamar, nenhum deles pediu o encaminhamento e o julgamento ético do vereador. E ninguém da comunidade fez isso. Eu não posso simplesmente achar que posso julgar, não cabe a mim, eu só tenho que conduzir quando alguém provoca alguma coisa.

 

A câmara teve apenas a presença da polícia para buscar documentos pessoais do vereador, não da câmara. Alguns fazem essa vinculação, mas a grande maioria entende onde bateu a história do Zé, que foi na sala do prefeito, no gabinete da Codetran. Agora, não precisávamos disso, mas estamos lutando para levantar a câmara, para dar credibilidade, eficiência e eficácia.

 

JB – Historicamente, o Democratas não tinha um grande apelo com os jovens, até por ter sido outra sigla antes. Esse histórico mudou? Tem pesquisas recentes? Qual é o público do partido hoje?

 

Pissetti - O Democratas foi o PFL, que dominou a política no Brasil em uma época com presença forte no governo do estado e federal. Aqui, tivemos o Vilson Pedro Kleinübing. No governo federal nós tivemos o vice do Fernando Henrique, durante oito anos de presidência na república, o vice foi o nosso partido com o Marco Maciel, de Pernambuco. Ocorreu um fenômeno do Brasil se voltar à esquerda com o presidente Lula. Todos os que tinham participado do governo Fernando Henrique, especialmente o PFL, foram, politicamente e midiaticamente, massacrados. Viramos sinônimos da ortodoxia, do atraso, do pensamento restritivo, da direita. E a direita, na época do Lula, era tida como o atraso, o representante das oligarquias plurais e urbanas.

 

Nós ficamos no nosso papel, não mudamos, defendendo a liberdade, a livre manifestação, a imprensa, a livre iniciativa, como sempre fizemos desde a nossa fundação. Sofremos muito no primeiro ano do Lula, sofremos mais no segundo governo do Lula porque nosso partido se rachou, caiu o prefeito de São Paulo e criou o PSD, levando as lideranças maiores para esse partido, mudaram nosso nome para Democratas para tentar salvar alguma coisa. A mudança não foi boa, nós perdemos identidade. Eu preferia voltar a me chamar Partido da Frente Liberal, porque nós somos liberais na essência. Sofremos com o Lula, fomos massacrados com a Dilma no primeiro governo e, agora, no segundo governo nós viramos referência nacional. De repente, a liderança do PFL aparece no Jornal Nacional todos os dias, dizendo que há 15 anos nós estamos falando isso, que nós estamos chamando a atenção do povo, dizendo que permanecemos na nossa linha, defendendo essas questões, pontos de vista e ideologias. De repente, o país começa a nos olhar de forma diferente. “Poxa, mas esses caras mantiveram a coerência. Os que resistiram permanecem com o mesmo discurso”.

 

Estou há 23 anos na política de Itajaí com a mesma visão. Espero que isso, agora, comece a ter valor porque nós só temos apanhado. Agora, a juventude começou a nos olhar e dizer que não enganamos ninguém o tempo todo, e esses valores começam a ter, novamente, o olhar do povo. Tomara que essa coerência nos ajude e a população veja isso. [Esse novo olhar pode trazer mais jovens para o Democratas e, talvez, para lideranças?] Eu conto com isso. Conto com os jovens que estão nas redes sociais, que leem, que se importam, que estão cansados de bandalheira. Que eles comecem a participar e pensar que é melhor ir para um lado que está defendendo a mesma coisa.

 

JB – O senhor já teve alguns embates com a vereadora Anna Carolina Martins (PRB) em sessões parlamentares. Já teve que colocar ordem na casa quando um ou outro vereador se excede. Enfim, como é a sua relação com os vereadores de oposição neste momento de Itajaí? O papel da oposição é importante assim como o da situação? Deveríamos ter mais vereadores de oposição?

 

Pissetti – Eu acho que nós temos que reduzir o número de vereadores; 21 é demais. Em duas candidaturas, eu fui vereador com 12 vereadores e nossa condição de representação e representatividade era muito melhor. A Câmara de Vereadores era mais valorizada, o vereador era mais destacado na sua ação porque 12 vereadores têm condição de produzir com muito mais transparência. Com 21 vereadores o discurso se perde, o debate fica estéril e se iguala por baixo. Você coloca uma matéria e faz a defesa em três minutos. Depois, falam 20 outros vereadores em três minutos. Na metade da sessão, tu já não sabe mais quem é quem propôs o que, quem está defendendo o que, a matéria fica apagada e a coisa não acontece

 

Eu procuro segurar as sessões, não é nem conduzir. Por qualquer coisa, a sessão incendeia e um começa a acusar o outro e a coisa se perde. Não é que a oposição tenha que ter mais vereadores, o que precisa é reduzir o número de vereadores. Isso é fundamental para continuar tendo eficácia e eficiência legislativa. Com 21 vereadores, cada partido pode lançar o número de cadeiras mais 50%. Então, são mais de 30 candidatos por partido, vira um inferno a eleição, com 300 candidatos. Onde vai, você encontra um candidato, em cada rua tem um candidato, cada família tem um. Ninguém analisa a vida do candidato, a condição que tem para representar. O candidato se elege, chega na Câmara e não sabe o que fazer e se perde por falta de sustentação, de capacidade, de identidade, porque não tem proposta, não sabe o que vai fazer, não sabe limites, a população perde e um monte de gente fica perdida nesse tempo. O resultado é uma perda total, para a câmara, para a população.

 

JB – O projeto de redução no número de vereadores é realmente viável? Acredita que vai passar?

 

Pissetti  – Tenho tido dificuldades. Tive duas adesões, uma do vereador Laudelino Lamim (PMDB) e outra do vereador Clayton Batschauer (PR). Eu precisava de 14 e não consigo chegar ou convencer os vereadores a assinar comigo. [Seria mais fácil a condução de trabalhos com o número de vereadores reduzido?] Sim. Com 12 vereadores, o vereador tem mais tempo para se expor, mais tempo para defender a matéria. É muito fácil para identificar o vereador que fez tal proposição, o que o vereador pensa a respeito. É muito mais fácil.          

  

JB – Durante a atuação como vereador de Itajaí, qual projeto apresentado neste último mandato seria mais importante para Itajaí?

 

Pissetti – Para mim, o projeto de maior relevância para a população ao longo do tempo é, de fato, baixar o número de vereadores e preparar a câmara como eu tenho feito. Só este ano, eu estou fazendo seis cursos com a Univali e a Fundação de Educação Profissional e Administração Pública de Itajaí (Feapi) para capacitar o nosso servidor, para ele se apropriar do conhecimento, da cultura de gestão, de atender o público como cliente da Câmara de Vereadores e para poder prestar um serviço adequado à população. Eu tenho atuado nas duas pontes: politicamente e administrativamente, preparando a câmara para o futuro.

 

JB – Como o senhor avalia hoje a relação do governo do Estado com Itajaí? Como ficou a sua relação com a Raimundo Colombo com a saída dele do DEM?

 

Pissetti  – O governador Raimundo Colombo era do meu partido. Quando eu era presidente da Câmara de Vereadores em gestões anteriores, ele era candidato ao Senado. Quem trouxe o Raimundo Colombo a Itajaí, quem apresentou Itajaí ao governador, quem reuniu a imprensa para que conhecesse o governador, fui eu, no PFL e depois no Democratas. O Raimundo Colombo migrou para o PSD, do Kassab, e eu não fui com ele, mas ficou a amizade. O Raimundo tem prestigiado a câmara sempre. Nós encerramos o semestre com uma série de palestras do governo do estado que foram feitas na Câmara de Vereadores de Itajaí, e ele veio pessoalmente no encerramento do ciclo de palestras. É importante para Itajaí. São cinco regiões do Estado e começou por aqui. Então encerramos o semestre com o governador dentro da Câmara e iniciamos o segundo semestre com a Assembleia Legislativa que estava fazendo outro ciclo de palestras, com Moacir Pereira, com o pessoal da imprensa. Encerramos e começamos o semestre com o governador.

 

Somos amigos, mas politicamente, o governador ficou no PSD, eu fui para o Democratas e a coisa ficou embrulhada. Deixei de ter diálogo político com o governador e Itajaí perdeu a representação. Não elegemos ninguém, perdemos representação. Temos o Níkolas Reis (PDT), que é terceiro suplente na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), mas ficou um período de 60 dias e depois voltou para o limbo. E continuamos sem ninguém, o que é uma pena. Com 130 mil eleitores não elegemos um deputado. Podemos eleger um federal, dois estaduais com as mãos nas costas, mas não sei o que acontece com o nosso povo, não sei o que acontece com os nossos políticos, não sei o que acontece com o prefeito Jandir, que devia conduzir o processo político, mas não elegeu o Osvaldo Gern (PP). Ficou uma campanha meio de lado, o Jandir apoiou o Gern, mas já estava no final.

 

Nós falhamos, não conseguimos mais escutar o povo, não sabemos mais o que o povo pensa, nos afastamos. Ao mesmo tempo, o povo espera de nós o que não temos para dar. Se criou uma distância muito grande e que fica cada vez mais difícil de ser ultrapassada, porque cada vez mais o político é tido como ladrão, como um sujeito aproveitador, como o cara que não trabalha e só engana os outros. Essas coisas de Lava Jato, de Codetran [referente à operação Parada Obrigatória] levam o povo a pensar que tudo é bagunça, mas não é verdade. Nós perdemos a credibilidade. Temos alguns vereadores que são populares, temos um prefeito popular, mas ser popular não significa ter credibilidade. Você pode ser popular hoje e não ser amanhã, e voltar a ser popular depois de amanhã porque é uma coisa momentânea, de acertar uma discussão, um posicionamento. Você pode ser popular até dentro de casa, mas quando você dá uma mancada e vira o patinho feio do negócio. Agora, a credibilidade é diferente. Quando você perde, perde tudo, não tem como voltar, não há como recuperar. Precisamos nos juntar à pouca credibilidade que temos e fazer gestos de aproximação com o povo. Por exemplo, reduzir o número de vereadores de 21 para 12 era um gesto de aproximação, uma demonstração clara para o povo de Itajaí, que estamos pensando no futuro. Essa história de calçar a rua, não é obra que o povo quer. O povo quer é solução para os problemas diários: de mobilidade, de onde deixar as crianças, de saúde nos postos e hospitais, é nisso que temos que atacar, temos que ir ao local. O povo quer resolver o meio de chegar ao serviço, quer ter serviço. Precisamos deixar de lado essa bobagem, essa discussão e focar na real necessidade do povo, ter esse link com a população, que nós perdemos.

 

Jornal dos Bairros - O senhor foi presidente da Câmara de Vereadores por duas ocasiões e foi um dos presidentes que mais realizou. Isso não lhe dá um crédito para concorrer à prefeitura nas próximas eleições? O senhor pensa nisso?

 

Luiz Carlos Pissetti - Na minha primeira eleição, em 2004, eu fui o segundo vereador mais votado. Na segunda eleição eu já caí para oitavo ou nono. Naquela época, as duas eleições eram para 12 vereadores. Nessa última eleição eu fui o 19º. Então, eu não estou entre os vereadores mais votados. Mas eu fui campeão de proposições em todas as legislaturas da qual eu participei. Nesta última eu fiquei os dois primeiros anos como secretário de Gestão. Eu não tenho mais esse handicap de número de proposições, mas procuro atuar de maneira bem propositiva, construtiva. Eu entrei com um anteprojeto para fazer a concessão do Parque do Agricultor Gilmar Graf, do Centreventos de Itajaí para iniciativa privada, porque acho que o poder público não deve ficar se metendo em atividade econômica; ele já tem trabalho demais para dar conta do trabalho dele, imagine ter que ainda fazer festa, cuidar de bebida, cuidar de estacionamento, porque dá no que deu. Está vendo essa confusão por que alguém participava da bilheteria, outro participava da bebida? Então, são essas coisas não fazem bem ao setor público. Nós temos que fazer concessões.

 

Eu propus agora a questão das creches domiciliares. Nós não temos condição de atender, de construir creche. São 3 mil crianças. Temos que criar um sistema que envolva a população no trato, no cuidado com essas crianças. Eu tento chegar no povo, naquilo que o povo espera da gente e aquilo que a gente pode dar para o povo. Porque às vezes o povo espera mais da gente do que a gente tem pra dar, e aí ocorre a dicotomia que a gente não consegue resolver nunca. O povo fica desconfiado da gente, a gente passa por desnecessário, quando na verdade somos necessários e importantes para construção da democracia. Muito mais do que legislar, nós temos que fiscalizar. É isso que temos tentado fazer para que a Câmara se fortaleça para poder exercer esse papel de fiscalizador do orçamento público e aplicação do recurso.

 

Desde 1992, quando participei da campanha política e até hoje, isso tudo me fez estar preparado. Não que eu tivesse colocado como meta ser prefeito de Itajaí, nem tenho isso como meta da minha vida. Mas estou preparado, tenho condições. Se eu tivesse que assumir a prefeitura agora, neste instante, eu saberia o que fazer na área da saúde, de educação, do desenvolvimento urbano. Eu saberia o que fazer na assistência social. Eu tenho delineado área por área qual seria de fato o elenco de prioridade e qual seria a ação que devemos fazer. A redução do número de secretarias, a redução dos cargos comissionados, tudo isso eu tenho muito bem definido na minha cabeça. Não porque eu tenha feito disso uma meta de vida, mas porque esses 20 e tantos anos [de vida política] me permitem ter esse conhecimento muito empírico, muito tranquilo.

 

JB – Quais candidatos o senhor acha que devem concorrer à prefeitura de Itajaí? Quem o seu partido deve apoiar? O partido deve ter uma candidatura própria?

 

Pissetti – Eu não tenho nomes, eu vejo que tem vários nomes postulando. Eu penso que cada um desses nomes tem que ter algum fundamento, alguma construção. Não pode surgir do nada e virar candidato, tem que ter uma construção na cidade, uma folha de serviço prestado, tem que ter estado junto com o povo no mínimo na última década, participado no dia a dia, encontrado o povo na igreja, no mercado, no cemitério, no hospital, convivido com isso, ter andado pelas ruas, proposto soluções, tem que ter se exposto. Isso são prorrogativas que o povo não deve abrir mão na hora de analisar e os candidatos na hora de se expor. Mas eu vou ser um candidato por que tenho dinheiro? Não é por aí. Vou ser candidato por que sou bonito? Não é por aí. Vou ser candidato por que sou simpático? Não é por aí. Eu acho que Itajaí deve buscar algo mais voltado ao preparo, à condição de enfrentar a luta, é por aí que a cidade tem que pensar.

 

Nomes existem, mas as pessoas precisam se perguntar quem é esse candidato, onde esteve, o que fez, como eu o encontro, qual é o telefone dele, há quanto tempo eu não o vejo na cidade, em um evento. Acho que as pessoas devem se perguntar essas coisas.

 

JB – Acredita que o prefeito Jandir Bellini pecou em não fazer um nome para substituí-lo? Hoje não temos um nome forte do partido para uma substituição, sendo que na última eleição ele apoiava o Gern, por exemplo, e ele não fez.

 

Pissetti – Eu sou contra o instituto da reeleição para prefeito, governador e presidente da república. Porque o instituto da reeleição serviu, desde que foi constituído, para acabar com lideranças. Acho que o primeiro prefeito a se reeleger foi em 1996. Você eleger pela primeira vez um prefeito, qualquer que seja, em 2000, ele era natural candidato à reeleição. Ninguém que tenha trabalhado com ele de 1996 a 2000 tinha condições de ser candidato, a não ser aquele que já era prefeito. Então, em quatro anos foram queimadas um monte de lideranças que se formaram. Não falo especificamente do Jandir Bellini (PP), mas no Brasil todo. Em 2000, 99% de quem era prefeito se reelegeu porque já era prefeito e tinha domínio da máquina, da mídia, de tudo. Quem é que consegue ganhar de um prefeito que está no poder com seis, sete mil funcionários públicos, com um monte de cargos comissionados? É impossível. A não ser que você tenha muito dinheiro.

 

Em Itajaí houve um fenômeno. O Volnei Morastoni (PT) deveria ter se reeleito e não conseguiu em relação às questões do Porto de Itajaí, que envolveram a administração pública. E aí o Jandir ganhou novamente. Todos os outros prefeitos que se reelegeram em 2000, se reelegeram novamente em 2004. Aqui em Itajaí, não. Eu acho que a culpa não é especificamente do Jandir, mas é do sistema. Ele sempre foi o melhor candidato porque ele era prefeito. E só ele para ganhar do Volnei porque ele era deputado. A falta de lideranças ocorre no Brasil inteiro por conta desse fenômeno. Nós temos que acabar com a reeleição. Vai ser prefeito a quatro, cinco anos, mas vai terminar o mandato. Quer se candidatar a deputado? Vai participar da eleição junto com outro prefeito. Ou não dá, senão o cara vira prefeito, vira deputado, vira prefeito de novo e isso não adianta. Eu sabia e observei esse fenômeno e acho que o Jandir também. Ele não fez um sucessor porque ele não quis. Não preparou ninguém porque não quis. Agora, chega um dia em que isso acaba e ele precisa preparar alguém.


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