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Geral
05/12/2012 | 09:42

Morastoni cobra resposta do Governo do Estado para pedido de audiência

 

Na tribuna da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, na terça-feira (04), o deputado Volnei Morastoni cobrou do Governo do Estado abertura para o diálogo sobre as reivindicações dos servidores da saúde, em greve há mais de 40 dias. Uma audiência foi solicitada por meio de ofício, encaminhado na última quinta-feira, junto com o relatório das visitas feitas a cinco hospitais públicos na semana passada. “Queremos que o governador [Raimundo Colombo] receba, ao menos, uma comissão de parlamentares para estabelecer uma interlocução quanto a greve, tratar das reivindicações e das alternativas”, argumentou.

O relatório, disse Morastoni, apresenta de forma suscinta o que foi visto e ouvido dos funcionários dos hospitais Infantil Joana de Gusmão, Celso Ramos, Maternidade Carmela Dutra, Instituto Catarinense de Cardiologia e Hospital Regional de São José. “O objetivo é justamente permitir que o próprio governador possa lê-lo, devagar, com atenção, observando os detalhes do que nós relatamos e tantas outras questões que estão nas entrelinhas”, acrescentou.

No Joana de Gusmão o maior problema é a falta de pessoal. Além disso, citou Morastoni, 80 leitos estão fechados há anos. “Precisaria de pelo menos mais 400 funcionários para o atendimento 24h. A unidade C, de gastroenterologia, foi inaugurada e fechada imediatamente, nunca serviu a sua finalidade”, denunciou. Atualmente, a unidade conta com quase 800 funcionários, que se revezam em quatro turnos.

O Hospital Celso Ramos precisaria de, no mínimo, mais 167 técnicos de enfermagem, entre outros profissionais. “52 leitos estão fechados, foram interditados pela Vigilância Sanitária e ficam assim indefinidamente, mas não tem nada a ver com a greve”, frisou. De acordo com Morastoni, conforme relato da diretoria da unidade, há mais de mil pessoas esperando por cirurgia em urologia, sendo que se o Estado colocasse em prática a descentralização da saúde, boa parte desses pacientes poderia ser atendida em suas regiões.

A situação também era crítica no Instituto de Cardiologia muito antes da greve, ressaltou o deputado. “O setor de emergência não tem condições de atender na plenitude por falta de pessoal. Faltam cardiologistas, anestesistas, 15 enfermeiros, 50 técnicos de enfermagem e 10 administrativos. O hospital tem um aparelho de cateterismo que sempre está com problemas e este é o hospital referência no Estado nesta especialidade”, disse.

A insuficiencia de funcionários também levou o ICC a reduzir pela metade o número de cirurgias. Atualmente, são menos de 20 por mês e cerca de 100 pessoas esperam na fila. “Além disso, pacientes chegam a ficar de dois a três meses internados, aguardando pelo procedimento. A greve se justifica por situações como estas”, disse.

Na Maternidade Carmela Dutra a comitiva de deputados escutou o desabafo dos servidores que se sentem abandonados. De uma médica plantonista na UTI neonatal, os deputados ouviram que, problemas sempre existiram, mas nunca com a gravidade deste momento.



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