Uma gaita para tocar. Este é o único pedido de Élio de Lima, 59, gaiteiro profissional há mais de 30 anos. Lima trabalha como massagista, mas a renda não é suficiente para comprar o instrumento.

“Mal e mal dá para pagar as contas do dia-a-dia. Por isso peço se alguém pode doar a gaita. Me daria muita alegria”, explica.

O pedido não vem apenas de Lima, mas também de amigos como a enfermeira Marli Marlene Bechtold, de 60 anos. Ela cuida de um dos idosos que frenquenta o Centro de Convivência do Idoso (CCI) de Itajaí e sente falta de músicos que possam tocar ao vivo no local.

“Nas terças e quintas a gente tem as tardes dançantes e seria mais animado e divertido se alguém tocasse ao invés de a gente ouvir o mesmo CD sempre. Hoje, por exemplo, tem festa de aniversário e uma gaita animaria a festa”, argumenta.

Marlene enfatiza ainda que há outros idosos do Centro tocando instrumentos. “Um tem pandeiro e outro um violão. Os três poderiam formar uma banda para tocar nas festas, datas comemorativas. É um entretenimento a mais”, acrescenta.

O massagista Élio já tocou em bandas de música gaúcha como Irmãos Lourenço, Os Nativos e Quebra do Fandango. Casou-se na década de 70, mas foi proibido pela esposa de participar de bandas ou tocar gaita.

“Ela tinha ciúme e me proibiu. Dei a gaita e chorei muitas vezes por sentir falta de tocar. Hoje quero voltar à ativa. A música alimenta o corpo e o espírito”, relata.

O gaiteiro não é exigente e aceita instrumentos usados. A gaita pode ter entre 80 e 120 baixos para que possa gerar uma boa sonoridade. Com a aquisição da gaita, o Centro de Convivência do Idoso não precisará mais pagar um conjunto musical para tocar em eventos festivos.

Quem quiser doar o instrumento pode entrar em contato pelo telefone do CCI: 3349-8079.