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Geral
07/03/2012 | 15:02

UM CASAMENTO INESQUECÍVEL - por Luiz Henrique da Silveira

Neste domingo, 11 de março, o mundo inteiro comemora os 710 anos de um dos casamentos mais importantes da história.

Não imagine, caro leitor, que você nunca ouviu falar dele ou que seja algo que não lhe diz respeito nem mereça sua atenção, pois, ao fim e ao cabo, verá que, sim, faz parte da sua vida.

Ele foi tramado e concebido entre 1591 e 1595 na Inglaterra. Sua elaboração envolveu tanto estilo, tanto requinte, tanta sofisticação que jamais foi superado.

Se você fez as contas, percebeu que os 710 anos não batem com a data de sua concepção. Mas é porque, na verdade, o casamento ocorreu em 1302, dois séculos antes de ter sido sequer imaginado... E não se deu na Inglaterra, mas na Itália...

É confuso, mas é vero.

Para se ter ideia da importância do evento, na Divina Comédia, de Dante, publicada em 1320, os pais dos noivos são citados no sexto canto do Purgatório.

Como em todo casamento, houve muita confusão, muita paixão e muita poesia, esta de primeiríssima qualidade. Mas, ao contrário da maioria dos casamentos, este teve também um final trágico, razão pela qual acabou eternizado e retratado em livros, filmes e peças de teatro.

As famílias do casal não se gostavam. Na verdade, se odiavam.

Apesar disso, Frei Lawrence, ao ver os dois jovens tão sinceramente apaixonados, e acreditando que aquilo poderia contribuir para a reconciliação das famílias, celebra, às escondidas, a união dos dois.

Ela tinha apenas 13 anos, mas, para a época, isso não era nada espantoso, ao contrário. Muitas já eram mães com essa tenra idade.

Depois de duas mortes, um pretendente e um primo da moça, e o que é pior, causadas pelo próprio noivo, tudo desanda e o que parecia uma linda história de amor, transforma-se numa das maiores tragédias jamais vistas.

O rapaz foge e perde contato com a moça, a esta altura já sua legítima esposa. Ela tenta fazer contato, mas, naqueles tempos longínquos, tudo era muito moroso.

Como bem disse o nosso poetinha Vinícius de Moraes: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. E foi o que aconteceu. Depois do encontro, da súbita paixão, de uma noite de amor e do enlace secreto, a soma de muitos contratempos com mais um tanto de acasos fortuitos acabou por levar os dois para uma armadilha mortal.

Ele a encontra como se estivesse morta e, inconformado, ingere veneno. Ela desperta e, ao vê-lo morto, pega o seu punhal e decide encontrá-lo no além.

E a história da menina Capuleto e do jovem Montequio acaba com a frase que se tornou célebre: "Jamais houve história mais dolorosa do que esta de Julieta e seu querido Romeu".


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