quinta, 18 de abril de 2024
Geral
22/02/2012 | 16:21

UM DIA MUITO ESPECIAL

25 de fevereiro é um dia muito especial para mim. Foi num 25 de fevereiro que nasceu, há 171 anos, um dos pintores que mais me fascinam, o francês Auguste Renoir.A tela em que retrata um baile norestaurante Moulin de la Galette, emMontmartre, é uma das obras-primas do impressionismo.

Nasceu, também, num 25 de fevereiro, há 170 anos, um dos escritores alemães que mais vendeu livros - 75 milhões somente na Alemanha, 200 milhões em todo o mundo. Literariamente, não se compara com muitos de seus compatriotas, mas seus livros de viagens e aventuras, no Oriente e nas Américas do Norte e do Sul, sempre foram extremamente populares, como a trilogia Winnetou, em que homenageia o grande cacique dos apaches.

Há exatos 146 anos, também num 25 de fevereiro, nascia o historiador, escritor, filósofo e senador italiano Benedetto Croce, uma das personalidades mais importantes do liberalismo italiano no século XX. Apesar de ter apoiado no início, foi um corajoso opositor do fascismo de Mussolini. “A violência não é força, mas fraqueza, nem nunca poderá ser criadora de coisa alguma, apenas destruidora”, dizia.

Foi igualmente num 25 de fevereiro que Hiram Revels se tornaria o primeiro negro eleito para o Senado dos EUA. Decorridos 142 anos daquele dia histórico, os EUA são comandados por um negro, mas apenas outros cinco negros chegaram a ocupar o mesmo posto de Revels.

Há exatos 139 anos, também num 25 de fevereiro, nascia o cantor lírico italiano Enrico Caruso, considerado pelo seu par Luciano Pavarotti como o maior intérprete da música erudita de todos os tempos. Eternizado pelo agudo mais potente já conhecido, suas mais famosas interpretações foram como Canio na ópera I Pagliacci, de Leoncavallo, e como Radamés, na Aida, de Giuseppe Verdi.

Foi também num 25 de fevereiro que, há 124 anos, nascia o historiador e político norte-americano John Foster Dulles. Uma das figuras de maior destaque durante todo o período da Guerra Fria, em dezembro de 1958, durante recepção ao novo presidente mexicano, Adolfo Lopes, na condição de secretário de Estado, proferiu uma de suas mais célebres frases: “As nações não têm amigos, têm interesses”. Sobre a forma como lidava com os negócios de Estado, dizia: "A medida do sucesso não é se você tem um problema difícil para tratar, mas se este é o mesmo problema que você tinha no ano passado".

Até aqui o 25 de fevereiro vinha sendo marcado só por coisas boas, mas ele também trouxe perdas e luto. Há exatos 67 anos morria o escritor, poeta e musicólogo Mário de Andrade, um dos fundadores do modernismo brasileiro. Um dos maiores responsáveis pela realização da Semana de Arte Moderna de 1922, que revolucionou a literatura e as artes visuais no Brasil, ele praticamente inventou a moderna poesia brasileira com a publicação de seu livro Paulicéia Desvairada, exercendo enorme influência na literatura moderna brasileira. Macunaíma, sua obra máxima, só surgiria em 1928, tornando-se um clássico. Sobre sua obra, ele dizia: "Minha obra toda badala assim: Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil".

Outra perda que desfalcou a dramaturgia mundial foi a do norte-americano Tennessee Willians, morto há exatos 29 anos, também num 25 de fevereiro. Entre suas peças mais conhecidas estão “À Margem da Vida”, “Um Bonde Chamado Desejo”, que lhe valeu o Prêmio Pulitzer, e “Gata em Teto de Zinco Quente”, quase todas adaptadas para o cinema.

Quase ia me esquecendo... Além de tudo o que acabei de relatar, o 25 de fevereiro é um dia muito especial para mim porque foi também o dia em que nasci, há exatos 72 anos.

(por Luiz Henrique da Silveira – Senador da República)


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