Representantes da Associação Empresarial de Itajaí (ACII), entidades parceiras, poder público e segmentos ligados à segurança pública local discutiram nesta terça-feira (25) na sede da ACII as possibilidades e modelos de gestão funcional para incluir um projeto ocupacional aos detentos da Penitenciária do Vale do Itajaí.

O encontro foi coordenado pela presidente da entidade, Maria Izabel Pinheiro Sandri e contou com a presença do diretor da Penitenciária Industrial de Joinville, Richard Harrison Chagas dos Santos.  

A unidade, que é modelo no estado catarinense, tem uma realidade que foge do sistema carcerário nacional e já foi tema de reportagem na Revista Veja, de 25 de fevereiro de 2009, onde em seu conteúdo pode-se destacar o seguinte trecho: “Os pavilhões são limpos, não há superlotação e o ar é salubre, pois os presos são proibidos até de fumar. Muitos deles trabalham, e um quarto de seu salário é usado para melhorar as instalações do estabelecimento. Nada que lembre o espetáculo de horrores que se vê nas outras carceragens, onde a maioria dos presos vive espremida em condições subumanas, boa parte faz o que quer e os chefões continuam a comandar o crime nas ruas a partir de seus celulares”, diz o texto de Diogo Schelp.

Atualmente dos 366 apenados 224 deles trabalham dentro da penitenciária em 11 empresas que possuem convênio com a unidade prisional. Em sua totalidade, os números e imagens impressionam e estimulam a aplicação do modelo na cidade portuária. “Se deu certo em Joinville porque não podemos unir forças e implantar aqui”, disse a presidente da ACII.

O diretor destacou que a ação integrada entre o Estado e a iniciativa privada é muito positiva. Um reflexo direto seria o pequeno índice de reincidência, cerca de 11,51%, enquanto a média catarinense é de 80%.

O novo diretor da Penitenciária do Vale do Itajaí, Edemir Alexandre Camargo Neto, que chega na unidade transferido de Tijucas, destacou que o sistema prisional está passando por uma evolução e os próprios servidores estão tendo uma condição melhor de trabalho. “Temos que ter boa vontade e nos espelhar nos locais onde os trabalhos dão certo”, disse já adiantando que no início de 2012 pretende montar uma equipe de trabalho para receber orientações da unidade do Norte Catarinense.

A Presidente da Comissão Intermunicipal de Segurança Pública (CISP), Vereadora Susi Bellini, participou do encontro e falou sobre a necessidade de unir forças para que o projeto seja viabilizado. Susi acrescentou que um grande passo já está em andamento com o empresário Jaci Pamplona, que pretende implantar uma fábrica de lajotas no presídio Canhanduba.  “Não podemos mais construir depósito de pessoas”, disse a Presidente da CISP.  

No final do encontro foi acordado pela presidente da ACII uma nova reunião para o dia 8 de novembro na sede da associação, onde será tratado o projeto e cronograma de atividades a serem desenvolvidos, como também, todas as entidades e instituições envolvidas. Já nesta quarta-feira (26) às 9h, a CISP também debate o tema no auditório da Prefeitura de Navegantes.