sexta, 29 de março de 2024
Geral
03/10/2011 | 11:45

Exposições museais gratuitas são opções culturais em Itajaí

 

Em Itajaí há opções para curtir teatro, música, dança, oficinas culturais, artesanato, artes plásticas... Mas os destaques para os próximos meses são as exposições do Museu Histórico de Itajaí. Até o final de outubro, pelo menos três exposições temporárias estarão abertas gratuitamente ao público, além das expografias oficiais, que são as mostras de longa duração do Museu. O acervo museal pode ser conferido de terça a sexta-feira, das 8h às 18h, aos sábados das 9h às 13h e aos domingos das 14h às 18h.

 

Localizado na Rua Hercílio Luz, ao lado da Casa da Cultura Dide Brandão, o prédio inaugurado em 1925, através de um vasto acervo eclético, preserva e apresenta toda a dimensão sócio-econômica e política da cidade. “Já passou o tempo em que o Museu era um lugar para expor pertences antigos. O atual museu é dinâmico, é vivo, ele respira e dialoga com outros setores da sociedade”, salienta Agê Pinheiro, diretor do Museu Histórico de Itajaí.

 

Com esse propósito, de dialogar com a sociedade, que uma das exposições temporárias, “Mulheres no Espaço Republicano: Memórias de Trajetórias de Vida, ou suas Representações – 1925/1945” foi projetada. São 32 chapéus expostos com 32 histórias (em papel), de mulheres que enfrentaram os desafios desse período. “O trabalho foi desenvolvido em parceria com o Centro de Convivência do Idoso de Itajaí (CCI). No final da exposição, as participantes serão homenageadas”, conta Agê.

 

O chapéu número 26, de cor clara com flores e lenço marrons, conta a história de Dona Euza Ratzinger Netto, que em 1947 se tornou fotógrafa, atividade até então, exclusiva dos homens. Dona Euza, assim como todas as participantes do projeto, tiram o chapéu para a sua própria história. O chapéu 09, de cor branca, representa a memória de Edla Marcelina, que em 1942 criou sua própria bermuda para os afazeres domésticos, o chapéu 12 é de Dona Zeli Venâncio da Silva, ela escreve sobre o difícil desafio de se tornar mãe solteira na década de 50. Já o chapéu 36 representa a história de Ivanilde de Abreu Corrêa, que aos 75 anos tomou coragem de realizar seu sonho, o de aprender a ler.

 

A exposição “Mulheres no Espaço Republicano” integra o programa do Ministério da Cultura, intitulado 5ª Primavera nos Museus, que neste ano tem como tema “Mulheres, Museus e Memórias”. A exposição estará aberta até 27 de outubro.

 

“Bens Perecíveis – Trabalho, Consumo e Memória” também integra o roteiro de exposições temporárias do Museu Histórico de Itajaí. A mostra tem como objetivo a reflexão da influência dos meios de comunicação dos últimos 50 anos na sociedade itajaiense. Na sala da mostra, em audiovisual é apresentado o poema “Vou-me embora pro passado” de Jessier Quirino, que aborda diversos questionamentos, como: o que é necessário para viver? O que é consumido por excesso? Objetos de cozinha, beleza e lazer completam a exibição. “A mostra traz a reflexão de como era e de como é o consumismo. Atualmente consumimos sem real necessidade. Estamos impulsionados pela indústria do consumo”, aponta Agê. A exposição segue até o dia 30 de outubro.

 

Localizada no subsolo do Museu, ambientado com iluminação especial, sonorização e vídeo, a terceira exposição temporária intitulada Onde Você Pisa – Engenharia do Habitat traz à tona curiosidades sobre os elementos arquitetônicos dos prédios de “Itajahy” do início do século XX.

 

O visitante poderá conferir banners com uma série de imagens dos casarões de Itajaí, como a Casa Malburg, Casa Konder e Casa Burgardt. As obras são resultados das ampliações dos desenhos feitos em lápis de cor, pelo artista plástico Luis Uberti. Acompanhados dos banners estão elementos utilizados para construção das Casas e objetos originais. O Palácio Marcos Konder, por exemplo, está acompanhado do primeiro cofre do município, vindo da Inglaterra. Juntamente com o banner da Casa Konder está exposta a novidade da época, telha francesa.

 

O subsolo ainda conta com um vídeo com projetos modernos que estão sendo pensadas para Itajaí. Um verdadeiro contraste. “A ideia da mostra é que o visitante perceba que antes não havia muito planejamento de ocupação, hoje, projetar é uma necessidade, mas não podemos projetar o futuro e esquecer o passado”, explica Agê. A exposição seguirá até dezembro.

 

Com o intuito de aproximar alunos da instituição, o Museu Histórico de Itajaí desenvolve ações de educação patrimonial, que como explica Agê, está relacionado à dois aspectos: o material (palpável) e imaterial (campo da memória). O programa “Meu olhar sobre o Museu” atende crianças de 1ª a 5ª série com visitas guiadas por todo o acervo museal. “As crianças recebem instruções de como se comportar no Museu, informações sobre a importância de preservar a história e o patrimônio. A visita dura em torno de 2 horas e podem ser agendadas na instituição.

 

Já o projeto “Bom Museu” iniciou em maio deste ano e é direcionado aos adolescentes de 6º ao 9º ano. O objetivo do projeto é inserir o acervo museal nas atividades aplicadas em sala de aula. Para isso, os educadores passam por uma formação continuada, onde planejam as aulas e as relacionam com o Museu. “Como, por exemplo, um professor de matemática pode organizar uma visita ao Museu para estudar ângulos e vértices com os elementos arquitetônico do prédio, ou o professor de química pode propor aos alunos a análise das composições dos produtos de décadas atrás”, exemplifica Agê.

 

Para o diretor do Museu Histórico de Itajaí, a instituição deve ser vista como um equipamento público de cultura de patrimônio na educação. “O acervo museal não pode ser mais entendido como apenas expositivo, o acervo é um equipamento de cultura que deve ser utilizado nas escolas, nas comunidades e estar cada vez mais inserido no cotidiano das pessoas”, conclui.


JORNAL IMPRESSO
29/03/2024
22/03/2024
15/03/2024
08/03/2024

PUBLICIDADE
+ VISUALIZADAS