quinta, 18 de abril de 2024
29/04/2011 | 11:06

Praia do Molhe continua sendo local de vandalismo

Som alto, abuso de bebidas alcoólicas, uso de drogas e prostituição são algumas das principais reclamações dos moradores da vizinhança em torno da Praia do Molhe, em Itajaí. As reclamações já chegaram até o Ministério Público por meio de um abaixo-assinado, em 2009, com aproximadamente 100 assinaturas, bem como a todos os outros órgãos competentes do município,  porém passados mais de dois anos nenhuma medida preventiva ou mesmo de melhoria foi realizada no local. A Associação dos Moradores do Saco da Fazenda, representada por Francisco Ivan Ramos, que também é proprietário de um bar no local, já percorreu todos os caminhos e estâncias legais para coibir a ação de meliantes e jovens bagunceiros, que transformam principalmente o fiim de semana dos moradores num verdadeiro “inferno”, registrando Boletins de Ocorrência junto à Polícia Militar, entrando com Ação Parlamentar na Câmara de Vereadores e agora, por último, caso não mude a situação da Praia do Molhe, a Associação pretende entrar com uma ação junto à Justiça Federal.

 

 

 

 

Ramos disse que no feriado prolongado de Páscoa os moradores passaram mais uma vez as noites acordados, sendo perturbados com som alto e muita bagunça. Foi então que pediram a ação da Policia Militar no local. “Na madrugada de domingo, 24 de abril, foram apreendidos  várias carros e  algumas motos ficaram no Molhe, pois quando os jovens perceberam a ação da PM saíram correndo e fugindo pela praia, deixando para atrás seus meios de locomoção”, comenta. Ramos ainda fez várias fotos do local com as garrafas de bebidas deixadas, garrafas de vodka, cerveja, energéticos, algumas quebradas e também fotos dos carros. “Tem um carro que registrei até a placa, ele ficou lá até no domingo quando alguém foi buscar”.

 

 

 

De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado no COPOM às 02h07 da madrugada de domingo, dia 24 de abril,  a Polícia foi chamada ao local e ao chegar constatou que haviam 73 carros, além de várias motocicletas e também motonetas. A guarnição pediu reforço e foi feita uma barreira no local vistoriando todos os veículos. A Sargento Sandra Kaísa de Oliveira diz que ninguém foi preso, pois quando os policiais chegaram todos os sons foram abaixados e ficou impossível identificar quais dos veículos estava incomodando os moradores com volume alto. “Ninguém foi preso, mas conseguiram apreender nove carros, duas motonetas e uma motocicleta que estavam com os documentos atrasados”, explicou.  

 

 

 

 

 

A área está sob responsabilidade do Porto Municipal de Itajaí é fiscalizada pela Guarda Portuária e segundo o Diretor Aníbal Aragão,  a fiscalização é obrigação do Porto mas a segurança é uma questão bem maior e de Estado. “Temos apenas um guarda que faz a segurança do local e é preciso mais policiais naquela região. Não conseguimos coibir a ação com apenas uma pessoa”, afirma.  Em contraponto, a sargento Kaísa afirma que sempre que solicitado ao Copom são encaminhados policias e que o monitoramento é constante.

 

 

 

O Molhe

 

 

 

Considerado um dos locais mais bonitos em Itajaí,  aonde os moradores e turistas vão apreciar a entrada e saída de navios, pescar nas pedras do molhe, curtir uma praia, visitar o Farol, não é possível que continue sendo ponto de encontro de baderneiros de vândalos, interessados apenas em “dar uns amassos”, beber e consumir drogas, colocar o som dos carros nas alturas, deixando o local em estado lastimável de sujeira.

Aragão, da Guarda Portuária,  diz que o ponto turístico não está sendo utilizado de forma adequada e por isso a única maneira é melhoraro problema é com uma iluminaçãomelhor. Em uma reunião realizada com o advogado do Portode Itajaí, Guilherme Alípio Nunes, Francisco Ivan Ramos e o Coronel Orlando Rodrigues ficou decidido que a melhor solução para a área é a instalação de iluminação na parte atrás onde funciona o pátio do estacionamento e a instalação de uma câmera de monitoramento que será ligada com a Polícia Militar 24h por dia.

 

 

 

O secretário de Obras de Itajaí, Tarcísio Zanelatt, afirma que até o presente momento nenhum pedido chegou à sua secretaria para a realização de uma nova iluminação. “Tudo o que foi pedido até agora, a secretaria realizou. Temos uma das melhores iluminações da cidade ali naquela praia. Viabilizamos o Surf Noturno, temos refletores que iluminam boa parte da praia”, exaltou. Lembrou ainda que toda iluminação do município é de responsabilidade dasua Secretaria e que assim que chegar o pedido será feita a licitação para a realização do obra.

 

 

 

A instalação da Câmera de Segurança é de responsabilidade do Porto de Itajaí. Nunes explica que a câmara de monitoramento será instalada na antena da Rádio Costeira e estará diretamente ligada ao Copom da PM. “Será um trabalho de investigação, onde a polícia conseguirá identificar os carros com sons altos e punir seus donos”.

 

 

 

O diretor doFamai – Fundação do Meio Ambiente de Itajaí,  Francisco Carlos do Nascimento, fala ainda da degradação do meio ambiente e da sujeira deixada na praia, além do som alto, que é medido com um Decibelimetro (aparelho que mede o nível de ruído),  a maior preocupação é com o lixo deixado. “Esses vidros e plásticos das garrafas ficam anos no meio ambiente. A limpeza é realizada sim, mas muito lixo acaba chegando até o mar”, comenta.

 

 Moradores

 

 O senhor Maurício Perez, 70 anos, morador da Beira Rio, diz que depois de fazer estragos no estacionamento da Praia do Molhe, os bagunceiros passam em alta velocidade e fazendo baderna na rua. “Eles incomodam de todas as maneiras. Eu acordo às 04h da manhã  para caminhar todos os dias e quando a polícia está fazendo ronda eles somem, quando não está, fico com medo de pedir para abaixarem o som porque já fui até ameaçado. Nem todos tem paciência e entendem que estão incomodando o sono das pessoas”, desabafa.

 

Além dos jovens estarem alcoolizados existe ainda o consumo de outras drogas e da prostituição infantil no local. Em Julho de 2010, Francisco Ivan Ramos encaminhou à 10° Promotoria de Justiça da Comarca de Itajaí documento com os principais Boletins de Ocorrência onde está o relato informando da prostituição infantil, utilização de drogas e a falta de êxito de órgãos como o Conselho Tutelar para vistoriar o local.

 

 

 


Anna Paula Cazatti


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