De 25 a 30 de abril acontecerá a segunda edição da Semana do Cão Guia, uma iniciativa do grupo de voluntários da Escola Helen Keller, entidade sem fins lucrativos localizada em Balneário Camboriú, SC, e a primeira escola da América Latina ligada à Federação Internacional de Cão Guia.

O principal destaque das atividades será o trabalho de conscientização junto aos estudantes e à comunidade de Balneário Camboriú. O objetivo é levar informações de especialistas da Helen Keller para que as pessoas entendam a fundamental importância do cão guia para a vida do deficiente visual e para a sociedade como um todo.

Conforme a Lei Federal nº 11.126, de 27 de junho de 2005 e decreto 5.904 de 21 de setembro de 2006, em vigor, é assegurado ao portador de deficiência visual acompanhado de um cão guia - e de cão em fase de socialização ou treinamento em companhia de seu treinador, instrutor ou acompanhantes habilitados - o acesso em qualquer estabelecimento público e privado de uso coletivo, inclusive em meios de transporte interestadual e internacional com origem no território brasileiro.

E a empresa que proibir o acesso, conforme os requisitos abordados na Lei e decreto, pode arcar com multa ou até ser interditada, e é considerado um ato sério de discriminação.

“Mas ainda há pessoas que não têm conhecimento dessa lei. Os cães são os olhos dessas pessoas e é através desses guias que os deficientes visuais podem se locomover e viver com muito mais qualidade, por isso, é nosso dever permitir essa liberdade de acesso”, diz o presidente da Hellen Keller João Nirto Diel.

Além de palestras nas escolas municipais e da ação de divulgação no Atlântico Shopping (aberta ao público), haverá também palestra aos policiais militares. A intenção, segundo os voluntários, é levar informações aos responsáveis pela segurança para cada vez mais coibir atos de discriminação com os deficientes visuais, treinadores e socializadores.

PEDÁGIO – AJUDE A ESCOLA HELLEN KELLER

Dentro da semana de Cão Guia, no sábado, dia 30 de abril, das 9h às 17h, os voluntários realizarão pedágio no centro de Balneário Camboriú, na Avenida Brasil esquina com o calçadão da Avenida Central, para angariar fundos à entidade.

Hoje, são mais de mil deficientes visuais na lista de espera da escola para obter um cão guia. O processo de treinamento e a adaptação com o futuro dono é complexo e leva em torno de 2 anos. Além disso, toda a verba para a realização desse trabalho é obtida através da ajuda das pessoas e empresas.

“Precisamos multiplicar o número de instrutores devidamente credenciados, aumentar o número de cães e criar um centro de treinamento bem estruturado para atender com mais rapidez o estado e o Brasil, mas só iremos conseguir através do apoio do governo e da população”, alerta o instrutor da escola Fabiano Pereira, formado por uma instituição profissional de cão guia na Austrália (essas instituições existem apenas no exterior).