sexta, 29 de março de 2024
Geral
27/08/2010 | 00:00

Quais são os passos para a verdadeira inclusão?

 

Exposições, apresentações artísticas, prática de esporte, carreatas. Assim podemos caracterizar a VII Semana da Deficiência que iniciou no dia 20 e vai até o próximo sábado (28). Com o tema “Construindo uma Sociedade Inclusiva”, a iniciativa busca envolver diversos segmentos da sociedade para o respeito às diferenças.

 

Quando se trata de portadores de deficiência, a inclusão social sempre foi tema polêmico. A coordenadora da APAE, Patrícia Debrassi trabalha há 13 anos com educação especial e segundo ela, de uma forma geral, houveram determinados avanços. “Se pensarmos que antigamente os deficientes eram totalmente excluídos e hoje estão indo para o mercado de trabalho, freqüentando escolas, mesmo que por força da lei, percebemos tal evolução,” ressalta.

 

 

Para a professora Valdirene de Souza, que trabalha com Educação Especial há sete anos, infelizmente ainda está longe de se chegar a uma total aceitação. “O trabalho de conscientização deve ser mais intenso. Os deficientes ainda fazem parte de um mundo separado.”

 

Informar para socializar

 

A falta de informação contribui para que essa socialização não seja maior. “Estamos acostumados com uma educação padronizada. O principal avanço será a quebra desses padrões,” explica Patrícia.

 

Na tentativa de quebrar esse tabu, um dos enfoques da APAE é trabalhar na divulgação de informações diversas sobre como lidar com a deficiência. “É através desse conhecimento que as pessoas podem auxiliá-los nas mais variadas atividades.” afirma Patrícia.

 

 

Buscar a vivência com o deficiente se torna fundamental. Porém, isso é possível quando há atitude por parte de cada um. E a educação é uma das questões onde isso é perceptível. “Há escolas que assumem esse aluno, que querem aprender com ele e buscam as adaptações necessárias. Outras adotam uma postura defensiva, afirmando não estarem preparadas,” explica. Mas só uma convivência diminuiria a falta de informação que ainda existe. “Se desde pequenos, as crianças já tivessem contato com portadores de deficiência, durante o crescimento, essa seria uma questão praticamente normal,” afirma.

 

Papel da família 

 

A participação da família é primordial para o desenvolvimento do portador de deficiência. “Se um deficiente tiver uma rotina como qualquer outra pessoa, vai se desenvolver com uma qualidade ainda maior. Quanto mais cedo esse aluno estiver em contato com a APAE, mais fácil fica o trabalho de superação ou minimização da deficiência,” explica Patrícia.

 

Hoje, algumas famílias já estão “mais liberais” quanto à convivência do deficiente. Muitos pais permitem que estes namorem, trabalhem, peguem transporte. Porém, ainda há muitos pais que tomam essa responsabilidade para si, impedindo que os filhos procurem desenvolver certas habilidades. ““Enquanto a família acreditar que o deficiente não tem capacidade, o trabalho dos especialistas que fazem o acompanhamento também não avança. Por isso explicamos e damos possibilidades do que pode ser desenvolvido em cada caso,” ressalta.

 

Em defesa dos deficientes

 

Amanda Tainan Mendes, 21 anos, freqüenta a APAE há cinco e tem um papel significativo. Ela foi intitulada “auto-defensora dos alunos deficientes da região litoral norte”. É através dela que eles levam reivindicações e sugestões propondo melhorias na infraestrutura e qualidade de vida. “É muita responsabilidade, pois defendo os direitos e interesses deles”, ressalta.

 

O último pedido que está em vias de ser concretizado é a instalação de uma piscina. “O projeto foi levado à Receita Federal em março, e foi disponibilizado um contêiner para a realização de bazar. Os recursos adquiridos com a venda dos produtos e da realização da gincana possibilitarão a compra e pretendemos fazer isso até o final do ano”, explica Amanda.

 

Além de praticar esportes, como handebol e basquete, Amanda atualmente está se preparando para ingressar no mercado de trabalho. “Meu sonho é ser atendente e estou estudando para isso”, afirma.

 

A semana vai encerrar amanhã (28), com uma sensibilização no Palácio Marcos Konder, envolvendo diversas entidades e instituições. À noite ocorrerá a partir das 20 horas a Noite Italiana, no Itamirim Clube de Campo. Ainda há muito a se fazer para driblar o preconceito. “As pessoas precisam parar de dizer não aos deficientes”, finaliza Amanda.

 


JORNAL IMPRESSO
29/03/2024
22/03/2024
15/03/2024
08/03/2024

PUBLICIDADE
+ VISUALIZADAS