O paratleta Gilberto Marcos Onofre, expoente do tênis de mesa municipal e nacional, garantiu mais uma vitória para o Brasil. Gilberto participou do Aberto Paraolímpico de Tênis de Mesa, que ocorreu na cidade de San José, na Costa Rica, e garantiu a terceira posição no jogo de equipe, com seu companheiro Argentino Pablo Ferro.

Gilberto disputou as categorias open, classe e equipe, conquistando nesta última a melhor colocação. O Aberto teve início no dia 11 de agosto e encerrou nesta terça-feira (17). O paratleta foi acompanhado de pelo técnico, Edson Luiz da Silva, “Cebola”, e demonstrou muita maturidade e esforço na competição. Mas Gilberto não é um atleta como outro qualquer, ele superou muitos obstáculos para vencer na vida e hoje, realiza através de muita determinação e esforço todos os sonhos de um menino diagnosticado com hemofilia, que não possuía muito tempo de vida. Para chegar ao Aberto, Onofre treinou muito e garantiu a segunda colocação na seletiva brasileira, que ocorreu em agosto de 2009, em Goiânia. O paratleta que representa o Brasil teve o projeto aprovado pela Lei Municipal de Incentivo ao Esporte e, através da mesma e do Fundoesporte, teve a oportunidade de participar de diversos campeonatos.

Segundo o técnico Cebola, Gilberto não tinha nem seis meses de idade quando seus pais notaram que ele tinha algo diferente das outras crianças. Uma pequena batida era o suficiente para marcar seu corpo frágil com hematomas que ficavam em sua pele por semanas. A doença foi diagnosticada pelos médicos como hemofilia, um distúrbio genético que não controla sangramentos e transformam pequenos impactos em coágulos, o que lhe gerou problemas nas articulações e, consequentemente, dificuldades de locomoção. Os médicos falaram que Gilberto não teria muitos anos de vida e, se chegasse à fase adulta, não poderia ter filhos. Isso fez com que o paratleta aproveitasse cada instante de sua vida como se fosse o último; brincava, corria, jogava bola, mas sempre escondido de sua mãe. Até que na adolescência Gilberto descobriu uma paixão avassaladora: além da sua família, Gilberto passou a amar também o tênis de mesa.

O que o atleta não sabia é que esta paixão poderia ajudar na melhora do seu estado físico. Há quase quatro anos, Gilberto voltou a treinar com o técnico de Itajaí, "Cebola", e hoje os treinos ajudam no fortalecimento de seus músculos comprometidos pela doença. O técnico ressalta que Onofre é um exemplo de vida, garra e superação, suas dificuldades nunca o impediram de sonhar. Seu primeiro sonho era de chegar até o brasileiro conquistar uma medalha, o qual conseguiu realizar. Porém foi mais além. Quando teve como objetivo ser convocado para participar da seletiva para o Parapanamericano, mas uma vez chegou lá. Gilberto embarcou para Isla Margarita, na Venezuela e representou o Brasil nos jogos do Parapanamericano de 2009, junto aos companheiros  de seleção Carlo di Franco Michell "Carluxo", Cristovam Jacques Pereira Lima e Lincoln Lacerda de Souza. Gilberto Marcos Onofre voltou para Itajaí com a medalha de prata em seu peito, conquistada nas disputas por equipe.

E os desafios não pararam. No ano passado, Gilberto participou do 40º Campeonato Brasileiro de Tênis de Mesa, realizado em São José, onde tornou-se campeão da classe sete. Antes de embarcar para Costa Rica, Gilberto ainda participou do Circuito Catarinense de Tênis de Mesa, realizado em Brusque, onde garantiu o 2º lugar na categoria paraolímpica e 2º lugar na categoria veterano para atletas que não possuem deficiência. Com a vitória, ajudou a equipe Itajaiense a conquistar pela terceira vez neste ano o Troféu Eficiência, dedicado as três cidades que mais pontuaram na etapa.

A equipe da Fundação Municipal de Esporte e Lazer (FMEL de Itajaí fica orgulhosa de ter na equipe itajaiense um atleta tão determinado e esforçado, que lutou e venceu todos os desafios que foram impostos pela vida e é um exemplo para toda a cidade.