sexta, 29 de março de 2024
Economia
16/07/2010 | 00:00

O crescimento da construção civil na região de Itajaí e Balneário Camboriú

 

 

A região do Vale do Itajaí está em constante crescimento na área da construção civil. Construtoras de outros estados investem no mercado regional e empreendimentos são lançados a cada mês. As cidades tomam a estrutura das grandes metrópoles e o crescimento se expandiu para bairros que antes eram considerados “impensáveis”.

 

O “boom” da construção civil não se deu apenas na cidade, nem tampouco no estado. O crescimento é nacional. O país está entre as economias mais potentes do mundo e o setor imobiliário contribui para este resultado. No ano de 2008 o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou um índice de crescimento de 4%, a média brasileira de crescimento da construção civil foi de 9,5%. Acima desse percentual foi o avanço registrado por Santa Catarina, acima de 10%. Índice que coloca o estado entre os líderes em produção imobiliária no país. Em 2009, o crescimento foi de 2,5%. O setor já se consolidou como destaque na economia.

 

Para entender um pouco o crescimento da construção civil na região, mais especificamente nas cidades de Itajaí e Balneário Camboriú, a equipe do Jornal dos Bairros entrou em contato com os empresários do ramo. E entre os fatos destacados entre eles está, principalmente, o crescimento da economia nacional, que reflete na economia local e a localização estratégica de Itajaí. “A construção civil está em crescimento em todo país. É reflexo do crescimento da economia, da abundância de crédito e do déficit habitacional do Brasil. Em Itajaí especificamente, a economia tem crescido mais do que a média nacional”, afirma Alceu Luiz Rauber, proprietário da Max Imóveis de Itajaí.

 

Construção civil em Itajaí

 

A construção civil na cidade de Itajaí deu um salto significativo nos últimos anos. Dados da Prefeitura Municipal apontam que em 2009 foram liberados 929 alvarás totalizando 590.434,21 m². Segundo o Secretário de Urbanismo de Itajaí, Paulo Praun, este crescimento já ocorre desde 2003 e foi intensificado nos últimos anos. “Mesmo com a enchente de 2008 o número de alvarás não foi reduzido”, afirma o Secretário.

 

Os motivos que ocasionaram este “boom” na região é o crescimento estável economia nacional que se reflete na cidade. “É nítido também o crescimento populacional em virtude da migração do interior para o litoral”, afirma Alceu Rauber. Para o Presidente do Sinduscon de Itajaí, Sindicato das Indústrias da Construção Civil, José Carlos Leal, o Porto de Itajaí também atrai muitas empresas de comércio exterior, o que desperta o interesse do empresariado e dos profissionais da área. “Itajaí é considerada a 6ª cidade do Brasil para se investir. Grandes empresas estão instaladas, cada vez mais pessoas se interessam pela nossa cidade que está em franco crescimento”.

 

O litoral catarinense se destaca na procura de imóveis, por ter uma natureza exuberante com montanhas, mar, rio, um clima agradável e principalmente, a infra-estrutura que atrai investidores com poder de compra. “As BRs 101 e 470 que ligam o estado de norte a sul e com trechos duplicados, os aeroportos de Navegantes, Florianópolis e Joinville próximos da cidade fornecem uma estrutura propícia para mais construções e mais moradores. Itajaí só não tem trem”, salienta Flávio Mussi, Sócio da Construtora Racitec.

 

“Prazo de vencimento”

 

Quando vai encerrar este aquecimento no mercado imobiliário? É uma pergunta complexa e difícil de ser respondida, em linhas gerais é correto afirmar que enquanto houver déficit habitacional e crédito para financiamento haverá mercado aquecido. Vai depender das condições econômicas locais e nacionais, que são difíceis de serem previstas. “Nosso setor está preocupado com este cenário, talvez possa ser uma bolha. Estamos sendo cautelosos”, alerta o Presidente do Sinduscon-Itajaí.

 

Construção Civil em Balneário Camboriú

 

Balneário Camboriú é considerado um dos municípios com o mais alto padrão de qualidade de imóveis e é uma das regiões com maior valorização imobiliária do País. Evandro Dal Molin, Diretor de Marketing do Brava Beach Internacional explica os fatores que ocasionaram esta valorização: “A população do Nordeste não tem poder aquisitivo para comprar um empreendimento de alto padrão. A região do Sudeste sim, mas o contraste social, o desequilíbrio de distribuição de renda e a violência influenciam na hora de investir em imóveis naquela região. No Rio Grande do Sul faltam belezas naturais, que complementam os empreendimentos de luxo. A tendência é que os empreendimentos de luxo sejam construídos no litoral catarinense e investidores de todos os estados venham pra cá”.

 

O setor da construção civil movimenta 30% da economia da cidade, além dos empregos diretos gerados na construção dos empreendimentos, as lojas de materiais elétricos, móveis, ferramentas hidráulicas geram empregos indiretos.

 

 

Verticalização

 

Cada cidade tem sua característica. Há cidades que a tendência é o crescimento vertical por falta da disponibilidade de espaço para construções, então a opção é verticalizar. “Este é um caso específico de Balneário Camboriú, a ausência de espaço para a construção já se deu há mais de vinte anos”, informa Carlos Haacke, Presidente do Sindicato da Construção Civil de Balneário Camboriú (Sinduscon).

 

Esta é uma tendência nacional, os apartamentos são mais seguros, e na maioria dos casos mais baratos do que uma casa de tamanho equivalente. As condições de pagamento também são mais facilitadas, e em geral um condomínio oferece muitas opções de lazer.A mudança de hábito também contribui para este fator. É mais seguro e mais prático.

 

 

 A grande procura por imóveis em Balneário se dá por expectativas de investimentos que tenham bom retorno. “Os imóveis daqui geram uma rentabilidade, ainda mais se forem adquiridos na planta. Todos querem usufruir de uma excelente qualidade de vida. Não temos problemas com a segurança, a gastronomia e o lazer são cobiçados. Muitas pessoas sonham em morar aqui, desejam realizar o sonho de morar na cidade que admiram”, explica Carlos Haacke do Sinduscon-BC

 

Apartamentos de luxo

 

Para Evandro Dal Molin, os moradores de Itajaí e de Balneário têm poder aquisitivo para adquirir apartamentos de alto padrão. “Muitas vezes as pessoas querem comprar um produto, mas não falam, o nosso papel é antecipar esta necessidade dos futuros compradores. Implantar unidades junto à natureza com todos os serviços, iluminação e ventilação natural, vista privilegiada e a comodidade. A maioria das pessoas que moram aqui, querem facilidade, tudo muito próximo mas sem a euforia de grandes centros”.

 

 

 

 

Novos consumidores

 

Jovens e Solteiros – Conseguem comprar, em vez de alugar, o primeiro imóvel em razão da maior oferta de crédito. “Hoje o consumidor é diferente do mais “antigo”. A mentalidade é outra. Os novos consumidores são mais exigentes e têm acesso a muitas informações, são muito mais instruídos, diferente de décadas anteriores”. Afirma Evandro Dal Molin.

 

Compradores de alta renda –Com os juros mais baixos fazem um financiamento para comprar um imóvel melhor.

 

Famílias de baixa renda –Compram imóveis com a ajuda dos programas de incentivo do governo.


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