sexta, 19 de abril de 2024
07/08/2015 | 09:07

Uma nova direção para muitas vidas

Olá, amigos. Nesta semana conheceremos a história da colega Kathyuscia Boaventura, casada, mãe de uma linda menina e aguardando um abençoado neném. Infelizmente, sua mãe também foi vítima da violência no trânsito, devido a um acidente envolvendo condutor alcoolizado. Conheça sua história e compartilhe conscientização no trânsito.

 

“Sábado, 1º de novembro de 2008, para mim uma manhã como muitas outras. Acordamos cedo para viajar a Ibirama. Minha mãe estava diferente, ela brilhava e não havia em seu rosto as marcas dos longos anos de trabalho.

 

Saímos de nossa casa, no bairro Cordeiros, às 6h30. Nesse dia, entre um assunto e outro ela me deu um conselho:  "minha filha, nunca tenha medo de arriscar algo com um medo de ganhar um não, pois ele você já tem, mas nesse meio podes ganhar um sim que mudará para sempre sua vida". Quem diria que essa seria uma das últimas palavras que eu trocaria com a minha mãe.

 

Por volta das 6h40, já na rodovia Jorge Lacerda, olhei novamente minha mãe pelo retrovisor do lado dela e, acreditem, essa foi a última imagem que tenho dela, pois o caixão dela foi lacrado. Ao olhar para a frente avistei um carro invadindo nossa pista. Descontrolado, o carro veio e rapidamente nos atingiu. Eu fiquei presa no banco traseiro, machucada e com dor. Vi meu pai desesperado saindo do carro, gritando por socorro, pediu para que eu não fechasse os olhos e clamava a Deus que não levasse a esposa dele depois de mais de 30 anos de união e quatro filhos juntos, mas foi tudo em vão. Ela já não estava mais viva, escutava as pessoas em volta falando do motorista que nos atingiu, que ele estava alcoolizado.

 

O socorro chegou e começaram a me retirar do carro. Eu pedia que tirassem a minha mãe primeiro, já que eu gritava e ela não respondia, mas não aconteceu e me levaram ao hospital. Eu sabia que minha mãe havia partido, mas a confirmação veio cinco horas após o acidente. Desespero, dor, sofrimento, alma doendo são sentimentos daquele dia. O ia em que meu mundo desabou, que a coluna que me suportava não estava mais comigo e que tudo se tornou doces lembranças, o abraço, o toque, a doce voz e o cheiro dela.

 

É muito difícil saber que a irresponsabilidade misturada com álcool ceifou a vida de uma mãe. Dia 2 de novembro de 2008 enterrei metade de mim, achei que minha vida não teria mais sentido. Chegar em casa e abrir a porta junto com meu pai e ver tudo da forma que ela deixou, mas sem vida, sem cor, com uma dor tremenda.

 

Minha mãe não foi um caso isolado, isso se repete todos os dias e nada acontece, nenhuma punição. Por isso, dia após dia, morrem muitas mães, pais e filhos. Há quase sete anos foi a minha mãe e fica a dúvida: qual será o próximo bêbado inconsequente e mãe inocente?”

 

Incrível acreditar que histórias como esta continuam, ainda existem pessoas que tem a coragem de ingerir bebidas alcóolicas e conduzir algum tipo de veículo. O álcool ainda é responsável por graves acidentes e todos precisam se conscientizar de que não existe combinação (álcool e direção). Seja você um multiplicador deste conhecimento. Não permita que pessoas ao seu redor acabem fazendo esta combinação e quem sabe acabem com vidas que cruzarão seu caminho. Já estamos lutando por um trânsito seguro. E você?

 

Encaminhe sua história pelo e-mail contato@traumatran.com.br


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