Somos já 7 bilhões de habitantes. Mantido o atual ritmo de crescimento da população mundial, seremos mais de 9 bilhões em 2050! E o que é pior: 95% habitarão em cidades! E cerca de cinquenta delas serão megalópoles com mais de 10 milhões de habitantes, cada uma!
Como alimentar tanta gente sem destruir o que resta das florestas? Como acionar os motores; iluminar as casas, as fábricas e os escritórios sem o atual consumo de energia?
São desafios que reclamam, como nunca, a capacidade criativa do homem. Vai ser preciso plantar e colher o dobro nas mesmas áreas agricultáveis. Vai ser necessário dobrar a criação de animais em iguais hectares de pastagem. Vai ser indispensável duplicar a produtividade, e substituir o consumo de energia fóssil por biocombustíveis e biomassas. Vai ser indispensável aumentar o uso de torres eólicas; da captação de luz solar e de novos sistemas energéticos, como a força das marés.
Escassa e finita a água doce, ter-se-á que produzi-la pela dessalinização das águas oceânicas, reduzindo-se o seu alto custo de produção.
Por outro lado, continuará aumentando significativamente a expectativa de vida e reduzindo, progressivamente, a jornada de trabalho, o que significa a explosão do número de pessoas com tempo livre.
Na década de 1950, os brasileiros morriam, em média, aos 40 anos de idade. Hoje, a longevidade nacional já vai se aproximando dos 75 anos (em Santa Catarina, dos 80!). A geração nascida nesta década vai viver, seguramente, perto dos cem anos! Como oferecer uma vida sustentável, de qualidade, para toda essa gente?
Há muitas trilhas a seguir, mas o turismo é o caminho mais seguro. Embasado na micro e pequena empresa, emprega mais gente, com renda mais alta e relação muito menos conflituosa. É uma atividade limpa, não poluente. Eleva os padrões de vida, de educação, de saúde, de cultura, de conhecimento, de lazer, de esporte e preparo físico.
Entre 1970 e 2000, o turismo mundial cresceu 4,6%, e o Produto Interno Bruto do planeta, 3,6%.
Em 2009, o turismo representou 30% das exportações de serviços, e 6% de tudo o que se exportou no mundo. É o quarto exportador, atrás, apenas, dos combustíveis, dos produtos químicos e dos veículos motorizados!
De 1950 até 2013, saltamos de 25 milhões para um bilhão de turistas!
É uma atividade abrangente, multiforme, que se expressa nos eventos culturais, educacionais, religiosos, gastronômicos, ambientais, esportivos. É contemplativo. Exalta a natureza nos parques, nas pousadas, nos hotéis fazendas. Faz negócios, nas feiras e exposições. Promove o debate científico, nos congressos e simpósios. Estimula o lazer nos espetáculos de música, canto, dança, teatro, ópera, opereta, e nas competições esportivas. Exalta a história na arquitetura, nos museus, nas galerias, nas ruínas e relíquias, que expressam a evolução da humanidade. Melhora os hábitos alimentares, com o intercâmbio gastronômico.
O turismo realiza, como nos ensina Domenico De Masi, o aprimoramento da humanidade, com a escalada do “’ócio criativo”. Nenhuma outra alternativa será tão importante para vencer os problemas que vão sendo, dia a dia, agravados por essa população prolífera e matusalênica! |