De agosto a outubro, o fenômeno El Niño deve influenciar Santa Catarina, principalmente na primavera, com aumento de chuva e distribuição irregular. Visando se preparar para enfrentar o fenômeno, autoridades governamentais participaram nesta quinta-feira (31) de palestra com o meteorologista Leandro Puchalski, na AMFRI.  “No momento não estamos sendo atingidos pelo fenômeno El Niño, mas um estudo realizado no Japão definiu o fenômeno deste ano com Modoki, ou seja,  pode provocar seca generalizada em todo o Brasil, e chuva mal distribuída. Como a chuva pode se concentrar em uma única região, não estão descartados alagamentos", explica o meteorologista.

De acordo com Leandro Puchalski, as principais características do fenômeno são um inverno mais ameno, como o que está ocorrendo esse ano e temperaturas acima do normal.  Isso não significa que não tenhamos alguns momentos mais frios.  O fenômeno acontece quando no oceano há o aquecimento das águas e na atmosfera a diminuição dos ventos. O El Niño se predomina na Austrália até o litoral do Peru, na linha do Equador no Oceano Pacífico. O fenômeno muda todos os outros ventos, consequentemente uma mudança em cada região do planeta. Se essa condição ocorrer de três a seis meses se nomeia fenômeno El Niño.

No Brasil quando os ventos cruzam a região Sul, eles ficam parados por um tempo, se intensificam aumentando as frentes frias, seguidos de dias chuvosos. "Importante frisar que o fenômeno El Niño não é aquecimento global, e sim, uma condição normal que existe no planeta", falou o meteorologista.

A Organização Metereológica Mundial da ONU fez um alerta para uma probabilidade de 70% para fenômeno El Niño entre junho e agosto e de 75 a 80% de outubro a dezembro. O órgão governamental Bureu Meterology da Austrália e National Weather Service (NOAA) também prevêm uma possibilidade de 70% de ocorrer o El Niño este ano.

Por enquanto não se sabe ao certo a dimensão do fenômeno em Santa Catarina. Somente com as previsões atualizadas emitidas pela Epagri/Ciram de curto a médio prazo (sete a dez dias) é que se vai poder prever o tamanho do El Niño.