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Geral
22/01/2020 | 11:09

Preço da cesta básica tem alta de 9,50% em Itajaí

O preço da cesta básica apresentou aumento em Itajaí (SC), no comparativo entre os meses de novembro e dezembro. A alta foi a maior registrada em 2019.  O custo com os alimentos básicos que compõem o painel de 13 produtos subiu 9,50% em relação ao mês anterior, passando de R$ 391,25 de novembro para R$ 428,42 em dezembro. Os dados são do Projeto Cesta Básica Alimentar da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que elabora o indicador mensal com monitoramento da Uni Júnior. A pesquisa foi feita em nove supermercados de Itajaí, nos dias 27 e 30 de dezembro.

Sete produtos contribuíram para a elevação do custo total da cesta básica, foram eles: a batata (28,79%), o tomate (22,63%), a carne (20,28%), o açúcar (12,43%), o café em pó (10,07%), o óleo de soja (6,34%), e a banana branca (1,80%). Outros seis produtos da cesta tiveram queda de preço: o arroz (15,33%), o leite LV (10,29%), o feijão preto (2,69%), a farinha de trigo (1,70%), o pão francês (1,50%) e a manteiga (1,07%).

Em relação ao mesmo mês (dezembro) de 2018, somente o tomate (20,94%) e a batata (11,28%) tiveram preços mais baixos. Já na outra ponta, a carne ficou 41,64% mais cara, seguido do açúcar com 34,80% e da farinha de trigo, 24,62% mais cara. Com essa alta registrada, o custo da cesta básica acumulou em 2019 uma alta de 17,97%, bem acima do índice de inflação, o IPCA – Índice de Preço ao Consumidor Amplo, utilizado pelo Governo para a meta da inflação, atualmente em 3,27% (novembro/19).

Os dados da pesquisa de dezembro revelaram instabilidade nos preços. Os pesquisadores destacam a dinâmica de preço da batata, que teve uma alta de quase 30%, um produto que vinha apresentando queda em seu preço. Mesmo assim, de acordo com eles, a carne foi o maior vilão do ano, principalmente nos últimos três meses de 2019, com aumentos expressivos, já que é o produto com maior peso na cesta básica. O clima, as chuvas e o calor motivaram as oscilações, principalmente no preço dos produtos in natura. Eles chamam a atenção ainda para a farinha de trigo e o seu subproduto, o pão, ambos com queda em seus preços, muito em função do comportamento do dólar, que oscilou em queda no mês de dezembro. Para os próximos meses os preços dependerão das condições climáticas, do preço dos combustíveis (petróleo e álcool), da variação cambial e do custo da energia elétrica.   

“As altas no final de novembro nos combustíveis impactaram nos preços em dezembro e vão impactar em janeiro de 2020. Em relação ao dólar, a calmaria de outubro deu lugar a movimentos especulativos bastantes preocupantes, impactando sobre o preço dos combustíveis e por consequência impactará sobre o transporte de produtos básicos, bem como no preço das commodities internacionais, como o açúcar, a soja, a farinha de trigo e a carne", comenta o professor Jairo Romeu Ferracioli, economista e docente responsável pelo projeto.

Poder de compra do trabalhador

 

Com essa elevação registrada em dezembro piora o poder de compra do trabalhador assalariado. O custo da cesta básica sobre o salário mínimo passou de 41% em novembro para 44,91% em dezembro de 2019, acima do custo de referência de 33,34%. Em termos de horas de trabalho para aquisição da cesta são necessárias 98 horas e 48 minutos de um total de 220 horas mensais.


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