quinta, 28 de março de 2024
Geral
15/01/2020 | 17:13

Geneticista da USP encerra 2019 com seis avaliações preventivas junto aos alunos especiais de Penha

O balanço da direção da Escola Especial da Apae de Penha acerca da avaliação clínica genética de seus alunos, iniciativa pioneira desenvolvida pelo geneticista João Monteiro de Pina Neto, da USP, e também pelas Apaes do litoral norte, foi altamente positiva. As avaliações genéticas completas de alunos e familiares serviram, na avaliação da direção da unidade de ensino especial, não só para maior prevenção às deficiências, mas também seu tratamento e reabilitação.

O trabalho, iniciado em Balneário Camboriú, veio também para Penha e outras Apaes da região litoral norte, as quais, juntas, trouxeram o geneticista e abraçaram este projeto, que vem ao encontro do Programa Prevenir, com foco na prevenção de deficiências. O médico Pina Neto é de Ribeirão Preto, SP, tem histórico na prevenção de novos casos de deficiência nas famílias graças a esse diagnóstico. De acordo com a diretora Jaqueline Machado Ferreira, a Apae de Penha, através da presidente Eudes Beatriz Tartari Zanin, buscou a parceria, que garantiu em 2019 seis avaliações durante o ano aos alunos de Penha.

De zero a seis anos, os alunos especiais passaram por uma estimulação, segundo informa a psicóloga Melina Zilli, que acompanhou o trabalho. Os 15 usuários da estimulação foram os primeiros a serem submetidos à avaliação, que não visa a penas o cuidado diante de uma crise convulsiva ou de distúrbio de comportamento, pois vai além e identifica qual a doença. Mas o trabalho chegou a várias faixas etárias.

Segundo a Apae de Penha, até 70% dos 800 casos novos de deficiências diagnosticados em Santa Catarina a cada ano são evitáveis, e o trabalho de Pina Neto antecipa esses casos.

Os exames não têm custos para os alunos da Apae, que, através da mobilização das Escolas Especiais do litoral norte, custeia as despesas da visita do geneticista. Eventualmente, porém, há necessidade de exames mais detalhados, e esses então passam a ser custeados pela família. A expectativa é que, no início deste ano letivo de 2020, a parceria seja retomada, segundo antecipa a coordenadora Graciele Thiel.

O trabalho do médico é acompanhado pela equipe técnica da Apae, e com isso, os três fisioterapeutas, os dois psicólogos, a fonoaudióloga, o assistente social e terapeuta ocupacional se inteiram dos exames. A terceira e última consulta do ano ocorreu em 2 de dezembro último, finalizando a etapa de três exames.

“O importante é que com a presença do doutor Pina mede-se de que forma esses diferenciais podem surgir nas gerações futuras’, observa Melina. E os familiares também são informados dos diagnósticos, num trabalho, por exemplo, que poderia demorar caso fosse oferecido pelo SUS. “Cada família já vai buscando adaptar os cuidados diários com seus familiares conforme esse trabalho”, observa a diretora Jaqueline.

 

 

Saiba mais

 

Pina Neto é também professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à USP, vem se dedicando nos últimos anos a descobrir o motivo do nascimento de pessoas com deficiência mental, e quais as causas que levam a esses problemas.

O geneticista já tem estudos realizados sobre o tema, que apontam que algumas das causas das deficiências são fatores que não são genéticos, como o consumo de álcool e drogas durante a gestação. Daí nasceram os monitoramentos junto às Apaes de cidades como Penha e Balneário Camboriú


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