quinta, 28 de março de 2024
Geral
30/08/2017 | 16:30

Psicóloga especializada em sexualidade humana fala sobre a transexualidade

Em “A Força do Querer”, a personagem Ivana, interpretada pela atriz Carol Duarte, está passando por momentos decisivos para descobrir sua verdadeira identidade de gênero. Acompanhada por uma psicóloga, a personagem irá perceber que, além de homem trans, ela também pode ser homossexual.

Segundo a sexóloga e psicóloga especializada em sexualidade humana, Priscila Junqueira, a identidade de gênero, diferente da orientação sexual, é o ato de se sentir pertencente à outra identificação, diferente da biológica, ou seja, uma criança pode nascer menina e se identificar com o feminino, ou não. Ou pode nascer um menino, e pode se identificar ou não com o masculino.

Apesar de parecer simples na teoria, a condição de ser “trans” é muito mais complexa na prática. Além de acarretarem problemas como a não aceitação na sociedade, problemas na hora de conseguir um emprego, conquistar a mudança de sexo e o nome social, existem outros obstáculos ainda mais graves que influenciam o fator psicológico.

O processo de descoberta, se dá através da disforia de gênero, que além de ser um sentimento de inquietude e incômodo ao ver que o corpo não reflete com o que realmente é, acarreta outros problemas como ansiedade, angústia, depressão, e até mesmo tentativa de suicídio, e automaticamente transforma os sentimentos internos em problemas familiares e profissionais, influenciando o preconceito diário.

Na trama esse conflito interno que Ivana sente vem desde criança, ela foi imposta pela mãe para viver uma feminilidade que não fazia parte do seu interior e com isso ela deixa de entender o real sentido da pessoa que  é. Segundo Priscila Junqueira, desde a infância os transexuais sentem que seu corpo foi trocado, ela explica uma parte essencial de como deve ser feito o tratamento psicológico: “Cabe ao profissional contribuir para que essa pessoa primeiro sinta-se acolhida na sua dor e assim poderão caminhar para um autoconhecimento e conflitos diminuídos. Com ajuda profissional a pessoa poderá entender o que está acontecendo, e ser orientado a buscar a terapia hormonal, e até mesmo a cirurgia de redesignação sexual, caso deseje, e receber orientações legais quanto a todo processo”.

Na novela da Glória Perez, ela relata as diferenças, vemos isso com o personagem Nonato, interpretado por Silvero Pereira, que é um travesti que ama seu corpo e não tem problemas com sua identidade de gênero. Isso é abordado de forma nítida mostrando as diferenças.

 “O transexual é diferente de travesti. Os travestis irão usar roupas do sexo oposto durante parte da vida para ter uma experiência temporária ou permanente de ser do gênero oposto. Eles podem enfrentar os mesmos conflitos que os transexuais, além de encarar a falta de  respeito a diversidade sexual” – explica Junqueira.

Existe muita confusão com relação às diferenças de orientação sexual e identidade de gênero, mas a sexóloga pontua: “A orientação sexual irá fazer com que a pessoa busque relacionamentos afetivos-sexuais com pessoas do mesmo sexo (homo), sexo oposto (hetero) e ambos (bi). Já a identidade de gênero a questão é o sentir mulher ou homem”.

Apesar do tema ser discutido no horário nobre da televisão brasileira, ainda existe muitas barreiras ao falarmos sobre transexualidade, Para Priscila Junqueira, a educação é fundamental, pois se torna um incentivo falar sobre o assunto em vários lugares, permitindo que esse pré-conceito se quebre.

 Priscila Junqueira

Priscila Junqueira, é Mestre em Ciências - Faculdade de Medicina da USP; Especialista em Sexologia - Faculdade de Medicina da USP; Especialista em Coordenação Grupoanalítica – Sociedade de Psicoterapia Analítica de Grupo – SPAG-Campinas.

Para saber mais, acesse: www.priscilajunqueira.com.br


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