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Geral
17/08/2017 | 09:50

Navio naufragado há 124 anos pode ter aparecido nas obras do Complexo Portuário do Itajaí

Os escombros do naufrágio do navio Palas, ocorrido há 124 anos, podem ter aparecido nas dragagens dos novos acessos aquaviários do Complexo Portuário do Itajaí. A informação chegou ao Blog da Redação na última segunda-feira, 14, acompanhada de imagens de escombros, e estão ainda sendo checadas. No entanto, sabe-se já que a área onde supostamente foram encontrados os destroços será isolada, até que a hipótese seja confirmada e o naufrágio preservado.

O fiscal da obra, engenheiro da Secretaria de Estado da Infraestrutura Ivan Amaral, foi surpreendido com a notícia na manhã de ontem e contatou a Superintendência do Porto de Itajaí e a Construtora Triunfo, responsável pela obra, para a definição das estratégias a serem adotadas. No entanto, Amaral disse ter conhecimento de que havia alguma coisa submersa no local. Tanto é que a área foi desviada para que as dragas não fossem danificadas.

O superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Marcelo Werner Salles, também só foi informado ontem do fato e, imediatamente, acionou a Gerência do Meio Ambiente para apurar os fatos. Salles também solicitou à Fundação Cultural de Itajaí um levantamento histórico do naufrágio, pois também há a possibilidade dos escombros não serem do Palas e sim pedaços de vagonetes utilizados na construção do molhe, entre outras possibilidades. A Triunfo ainda não se manifestou com relação ao fato, mas deve se pronunciar nos próximos dias.

Segundo relatos da Marinha do Brasil, o navio Palas foi uma embarcação com casco em aço e de propulsão a vapor, movido a hélice, pertencente à Companhia Frigorífica Brasileira, com sede no Rio de Janeiro. A embarcação teria sido incorporada às forças navais pelos revolucionários da Armada em 1893. Chegou a Santa Catarina dias depois, juntamente com a embarcação Aquidabã, naufragando na barra do Rio Itajaí em 25 de outubro. Há relatos que durante muitos anos sua carcaça aflorava das areias do pontal, dando inclusive o nome ao local de Praia do Palas.

Entre as imagens recebidas pelo Blog da Redação estão pedaços de madeira de carvalho com pinos em bronze, estruturas de ferro com rebites e vedação em lona, chapa de revestimento em bronze ou metal e pedaço de amarra em rami, supostamente pertencentes à embarcação.

Matéria completa sobre o assunto na edição impressa de setembro da Revista Portuária - Economia & Negócios.

 

Definida estratégia para averiguação dos supostos escombros do naufrágio do navio Palas

 

A Secretaria de Estado da Infraestrutura (SEI) se reuniu na tarde desta terça-feira com representantes da Construtora Triunfo, Prosul e Superintendência do Porto de Itajaí para definir uma estratégia para averiguar de os escombros encontrados nas obras da primeira etapa dos acessos aquaviários do Complexo Portuário do Itajaí.

A reunião foi coordenada pelo engenheiro de carreira da SEI e fiscal da obra, Ivan Amaral, e pelo secretário adjunto Paulo Roberto Tesserolli França. Ficou definido que a área onde foram encontrados os escombros será delimitada, para que seja feita uma sucção e posterior reconhecimento por mergulhadores, para se saber se trata-se realmente do naufrágio do navio Palas ou de outros escombros. 

Pesquisador confirma que escombros são do navio Palas

A Construtora Triunfo teria conhecimento da existência dos escombros do naufrágio do navio Palas ocorrido na barra do Porto de Itajaí há cerca de 124 anos. A afirmação é do pesquisador e consultor Haroldo Becker Filho, que trabalhou no canteiro de obras da empresa no molhe de Navegantes e garante ter comunicado à construtora da existência do navio naufragado na área há pelo menos um ano. Becker, inclusive, tem registros do descarte de peças do navio nas caçambas de lixo da empresa.

Segundo a fonte, os restos do navio naufragado em 1893-1894, inclusive restos de material bélico, estão nas proximidades dos espigões que estão sendo retirados para o alargamento do canal de acesso e às escavações para a nova bacia de evoluções.

Becker teve conhecimento do naufrágio inicialmente em 1998. Começou as pesquisas no ano de 2008 e no início deste ano fez mergulhos para reconhecimento da área, ocasião em que diz ter constatado ser a embarcação utilizada na Revolta da Armada. Suas suspeitas foram confirmadas após os resultados de análises que encomendou a especialistas do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Procurada na terça-feira, a empresa disse que deve se manifestar sobre o assunto nos próximos dias.


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