Geovana deu “olá” ao mundo antes da hora, com apenas 26 semanas de gestação. Foram 93 dias internada na UTI Neonatal do Hospital Marieta, acompanhada diariamente por uma equipe multidisciplinar. O crescimento e desenvolvimentosaudáveldesta pequena prematura foi resultado do esforço e dedicação de 57 profissionais diretamente ligados aoseu tratamento. Referência em casos de alta complexidade, o Hospital Marieta comemora 61 anos com muitos “finais felizes”, como é o caso da pequena que abriu este texto. O que pouca gente sabe é a multiplicidade de cada processo existente no dia a dia do maior hospital da região. O sucesso se dá pela soma de forças, com o acompanhamento detalhado feito por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos e tantos outros técnicos.
Cada um deles com um importante papel.Diminuir o tempo de internação hospitalar e evitar possíveis complicações respiratórias e motoras é o foco do tratamento fisioterapêutico no Hospital Marieta, por exemplo. A equipe é formada por 18 profissionais, intercalados em turnos nos períodos matutino, vespertino e noturno. É a partir da fisioterapia hospitalar que o paciente cirúrgico ou clínico recebe estímulo para retornar às ações cotidianas, como caminhar e até mesmo escovar os dentes.Na fisioterapia hospitalar e ambulatória, o desafio é mobilizar o paciente em curto prazo. “Quando o estado de saúde se estabiliza, o fisioterapeuta tenta tirá-lo do leito. É muito comum caminharmos com o paciente nos corredores, que é a forma de estimular para que ele volte a praticar essas atividades do dia a dia”, comenta a coordenadora do serviço de Fisioterapia do Marieta, Daiana Aparecida Rech. Na UTI Neonatal, o desafio é reverter qualquer possibilidade de complicações respiratórias, evitar deformidades e encurtamentos musculares.
E tem vários outros serviços para alinhar em cada um dos tratamentos.Em média, mais de mil refeições são preparadas diariamente no Hospital Marieta. Antes de o almoço ou a janta chegarem aos quartos, uma equipe nutricional dá o suporte para entregar refeições saudáveis e com qualidade. No setor de Nutrição, o hospital possui quatro profissionais na área clínica, uma nutricionista de produção e uma responsável técnica.As refeições são pensadas de acordo com a dieta seguindo as restrições alimentares para cada caso. “Nós acompanhamos a preparação, verificamos a qualidade dos produtos e monitoramos o controle sanitário e higiênico adequado na cozinha”, explica a nutricionista de produção Tamires Guimarães de Souza. Mesmo entre a correria de um hospital, o setor funciona com pesquisa de avaliação com funcionários e pacientes, a fim de obter informações que possam sempre melhorar o serviço de cozinha.
Só no ano passado, o Hospital Marieta realizou mais de 882 mil atendimentos. Desses, mais de 17 mil foram atendimentos de internações, 3.617 partos, mais de 463 atendimentos laboratoriais, 7.904 oncológicos, 16.784 cirurgias e mais de 87 mil procedimentos ambulatoriais.
Equipe especializada cuida de detalhes para garantir a recuperação dos pacientes
A fonoaudiologia hospitalar é outro pilar de extrema importância. A equipe é formada por três profissionais da área, sendo duas fonoaudiólogas no tratamento de reabilitação com pacientes adultos e uma profissional para o atendimento na UTI Neonatal. O foco é a prevenção às complicações respiratórias, como a broncoaspiração, muitas vezes resultante da disfagia, alteração que envolve a dificuldade em deglutir um alimento.O fonoaudiólogo ainda tem papel importante no desenvolvimento da mãe e do bebê. Na hora do aleitamento materno, algumas mulheres sentem a dificuldade da criança em absorver o leite. “O trabalho do fonoaudiólogo é estimular e coordenar a sucção, a deglutição e a respiração durante a amamentação”, explica a fonoaudióloga Sandra Simone Porcare. A unidade ainda oferece o Teste de Orelhinha, triagem auditiva essencial em recém-nascidos.
Já aárea de psicologia é focada na empatia. Uma profissional realiza atendimento na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, outra psicóloga acompanha os pacientes hospitalares. “Nós iniciamos o atendimento psicológico quando há necessidade, de acordo com protocolo do paciente. Avaliamos se é preciso um atendimento em longo prazo ou se é algo pontual”, explica a psicóloga Roberta da Rocha Raimundo. De acordo com a especialista, na UTI, a psicologia é em nível de humanização. “Nós acompanhamos a família e o paciente que passam por momentos emocionais e precisam de recursos de enfrentamento”, completa. Casos de morte também são tratados com muito cuidado pelos profissionais da psicologia do Hospital Marieta. “A saúde emocional é muito importante, mas precisamos entender os aspectos de privacidade e autonomia, respeitando o espaço e as dores”. Em casos de doação de órgãos, o psicólogo instrui a família para que a decisão seja voluntária, explicando o procedimento e de que forma o paciente ajudará outras pessoas.
Cerca de 550 colaboradores, divididos entre enfermeiros e técnicos, são responsáveis por colocar em prática a prescrição médica e auxiliar durante todo o tratamento médico, garantindo também a higiene e conforto do paciente. “A equipe permanece 24 horas ao lado do paciente, dando suporte, atenção e cuidando de forma integral”, destaca a enfermeira e gerente de qualidade Karina Paris.O auxílio ao paciente se dá na utilização de metodologias de qualidade que ajudam a padronizar rotinas e procedimentos, dando mais segurança no cuidado e nos resultados dos pacientes.
E aqui entra também a questão da esterilização dos equipamentos. Para isso existe aCentral de Materiais Esterilizados(CME), que é responsável pelo processo de deixar em condições de uso todos os instrumentos médico-hospitalares. “São equipamentos usados desde o Pronto Socorro até no Centro Cirúrgico”, reforça a coordenadora da CME, Elzita Sezerino. A função da central é controlar a saída dos instrumentos e garantir o preparo e distribuição dos itens esterilizados. A equipe é formada por enfermeiros, que se comprometem em atender às necessidades do ambiente hospitalar.