quinta, 28 de março de 2024
Geral
08/07/2016 | 14:53

Secretaria de Estado da Saúde reforça a importância do tratamento precoce e de prevenção para evitar casos graves de gripe

O secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinübing, reforçou em entrevista coletiva à imprensa, a importância da prevenção e de tratamento com o medicamento Tamiflu para evitar novos casos e óbitos causados pela gripe em Santa Catarina. 

O Informe Epidemiológico 17 divulgado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde confirmou 616 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza este ano em Santa Catarina. Desses, 577 foram pelo vírus Influenza A (H1N1), ou seja, 93,7% dos casos. Outros 31 casos estão aguardando subtipagem, e oito foram confirmados pelo vírus Influenza B. As mortes por gripe chegaram a 75, sendo 71 pelo vírus Influenza A (H1N1), duas pelo Influenza A aguardando subtipagem, e duas pelo Influenza B.

"Aos primeiros sintomas, a população deve procurar a unidade de saúde mais próxima. E, confirmado o diagnóstico, o profissional deve prescrever o consumo imediato de Tamiflu", destacou o secretário João Paulo Kleinübing. A secretaria, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica, vai fazer uma forte ação de conscientização junto a médicos, principalmente de postos de saúde e unidades de pronto-atendimento, de todo o Estado sobre a necessidade de prescrição do medicamento nas primeiras 48 horas após o surgimento dos sintomas básicos da gripe (febre alta, calafrios, tosse, dor de cabeça, dor de garganta, cansaço, dor muscular e coriza). 

A constatação é de que está havendo, por diversos motivos, muita resistência ao protocolo do Ministério da Saúde que recomenda a ingestão do Tamiflu em até 48 horas. Hoje, de acordo com a Vigilância Epidemiológica, o tempo médio de prescrição do medicamento está na faixa do seis dias após os primeiros sintomas - prazo muito tardio. De acordo com dados da Secretaria da Saúde, com a ingestão do Tamiflu em até 72 horas, a gripe evolui para cura; após este prazo, pode ir a óbito. Neste ano já foram distribuídos 751.076 cápsulas do medicamento e 279.960 ainda estão disponíveis no Estado, além de ainda haver em estoque no Ministério da Saúde. Também participaram da entrevista o secretário adjunto da Saúde, Murillo Capella; e o infectologista Antônio Miranda, diretor do Hospital Nereu Ramos. 

Os dados do mais recente Informe Epidemiológico apontaram um comportamento atípico do vírus influenza nesse ano, com aumento do número de casos já nos meses de março e abril. Nos anos anteriores, a maior circulação do vírus acontecia entre maio e agosto. De acordo com Eduardo Macário, diretor da Dive/SC, existe a possibilidade real de que o vírus influenza volte a circular com maior intensidade nas próximas semanas, durante todo o inverno, o que pode ocasionar um aumento na ocorrência de casos graves e hospitalizações por gripe.

“Por isso, estamos reforçando o alerta para todas as unidades de saúde frente à conduta adequada a casos de gripe, bem como para que a população se proteja tomando atitudes positivas de prevenção, como a etiqueta da tosse e a lavagem das mãos, além de procurar os serviços de saúde caso apresente sintomas de gripe”, ressaltou.

“O número de casos e óbitos registrados neste primeiro semestre equivalem ao total ocorrido em todo o ano de 2012, quando houve uma intensa circulação do vírus em Santa Catarina”, comparou Macário. Segundo ele, as análises apontam que os mesmos fatores que levaram a ocorrência de casos graves e mortes por gripe em 2012 continuam persistindo neste ano. “Os fatores são demora do paciente em procurar a unidade de saúde quando iniciam os sintomas de gripe, o número de vezes que o paciente procurou o serviço de saúde até sair com o tratamento adequado, a não prescrição do antiviral oseltamivir (Tamiflu) em tempo oportuno e apresentar fatores de risco para agravamento, com doenças crônicas, obesidade e idade maior que 60 anos ”, explicou. 

De acordo o diretor da Dive/SC, os pacientes que evoluíram para cura iniciaram tratamento adequado em média após o terceiro dia do início dos sintomas, enquanto os que morreram iniciaram após o sexto dia. “Esses dados demonstram a importância do tratamento precoce nas primeiras 48 horas a partir do momento que se iniciam os sintomas”, reforçou.

Também estamos monitorando os leitos hospitalares e de UTI para realizarmos o contingenciamento em caso de necessidade. As equipes de Atenção Básica e demais unidades de saúde serão novamente capacitadas frente ao manejo clínico, e uma equipe da Dive/SC irá se reunir com secretários de Saúde dos municípios com maior número de casos para reforçar as medidas locais e recomendar a adoção de estratégias”, acrescentou o secretário Kleinübing.

Exames laboratoriais

Desde o final do ano passado, Santa Catarina não recebia kits para a realização de exames de influenza do Ministério da Saúde. Em meados de abril deste ano, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/SC) passou a realizar exames somente nos casos de óbitos e outras prioridades, pois o estoque de insumos estava baixo. Paralisadas no dia 8 de maio por falta de insumos, as atividades foram retomadas no dia 20 de maio, com a chegada dos kits encaminhados pelo Ministério da Saúde, avaliando as amostras que estavam represadas. 

De 20 de maio a 30 de junho foram processadas 1.362 amostras, o que gerou mais de 4 mil testes no mesmo período. “No entanto, reforça-se que o diagnóstico tanto de síndrome gripal quanto de síndrome respiratória aguda grave é clínico, e o início das condutas independe do resultado laboratorial”, observou Fábio Gaudenzi, superintendente de Vigilância em Saúde da SES/SC.

Prevenção

A campanha de vacinação contra a gripe em Santa Catarina, realizada entre os dias 25 de abril e 20 de maio, encerrou atingindo uma cobertura de 98% em todos os grupos prioritários, sendo esta uma estratégia eficaz na redução da doença grave entre a população mais vulnerável. 

Além da vacinação, outras formas eficazes de prevenção para a gripe são lavar as mãos com água e sabão várias vezes ao dia e adotar a chamada etiqueta da tosse. Isso porque as mãos são um importante veículo de transmissão do vírus da gripe, como o influenza. A partir do contato com um doente ou com uma superfície contaminada, o vírus pode penetrar pelas vias respiratórias, se a pessoa levar a mão ao rosto, causando doença grave se não tratada a tempo.

O vírus é transmitido de pessoa a pessoa a partir das secreções respiratórias, principalmente por meio da tosse ou do espirro. “Ele pode, também, sobreviver por horas no ambiente, especialmente em superfícies tocadas frequentemente por várias pessoas, como corrimão, interruptores de luz, maçanetas, carrinhos de supermercado, entre outros”, alertou Vanessa Vieira da Silva, gerente de Imunização da Dive/SC. 

Por isso, é importante evitar tocar os olhos, a boca e o nariz após o contato com essas superfícies até lavar as mãos. Outras recomendações são evitar compartilhar objetos de uso pessoal e permanecer em ambientes sem ventilação e com aglomeração de pessoas.


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