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Geral
08/04/2016 | 08:55

Vacina contra a gripe é a prevenção primária mais eficaz, garante infectologista

Após o surto de gripe A (H1N1) em Santa Catarina, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) antecipou a campanha de vacinação contra o vírus influenza. Essa, segundo o infectologista do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, Ricardo Zimmermann, é a prevenção mais eficaz contra a doença. Outro ponto importante é que o vírus sofre mutações anualmente. Então mesmo quem se vacinou no ano passado não está imune.

É impossível prever a gravidade dos casos da influenza, isso porque existem diferenças epidemiológicas, o que depende da capacidade de adaptação de um vírus:

— Existem dois tipos de gripe, o tipo A e o tipo B. Para cada tipo existem vários subtipos. A gripe A está dividida entre os subtipos H1N1, H3N2, H5N1 e assim por diante.

Segundo Zimmermann, as transformações epidemiológicas impedem uma prevenção em longo prazo contra a influenza. Em 2016, o fator preocupante que acarretou na antecipação da campanha nacional de vacinação foram os casos de gripe A antes do inverno, quando a doença se dissemina facilmente:

—A disseminação viral veio antes do inverno, esse é o problema maior. O vírus está circulando antes mesmo de aplicarmos as vacinas na população.

As mutações virais são aleatórias, capacitando o vírus a criar uma doença mais severa a cada mudança. Segundo Ricardo, a mutação de agentes infecciosos é uma maneira de o vírus sobreviver no meio ambiente, precisando do ser humano para se multiplicar e permanecer vivo:

—Não podemos prever as mutações virais. Pode ser que ano que vem a gripe A seja pior, com casos mais graves. Isso depende do tipo de mutação que acontece a cada ano.

Sintomas

Os sintomas da gripe são comuns em cada tipo e subtipo, sendo febre, dor de garganta, coriza, tosses, dores musculares e indisposição. Neste ano, a gripe A H1N1 possui gravidade maior em comparação aos anos anteriores, segundo Ricardo. O subtipo H1N1 é o mais comum em 90% dos casos hospitalares.

Pessoas que apresentarem os sintomas da gripe devem procurar, primeiramente, atendimento nas unidades de saúde para realizar uma triagem. Atendimentos em hospitais só devem ser feitos quando o paciente apresentar febre alta e falta de ar, o que pode acarretar em doenças graves:

—Esses sintomas colocam o paciente em risco de pneumonia associada ao vírus. Nesses casos, a internação é indicada para tratamento e cuidados médicos dentro do ambiente hospitalar.

Devo ou não me vacinar?

Quando já está instalada no corpo, a dose da vacina diminui a gravidade da doença. A vacina pode proteger de casos mais graves mesmo um ano após a aplicação. A dose da vacina trivalente, cedida nas unidades de saúde, protege apenas contra a influenza:

—Se existe uma doença imunoprevenível, todos devem se vacinar porque há grandes chances de prevenção —garante Ricardo.

Já em clínicas particulares, as doses comercializadas são das vacinas tetravalentes, que possui dois subtipos A e dois subtipos B. A vacinação pode ter um impacto positivo em longo prazo, reduzindo cada vez mais os casos de infecção pelos vírus influenza.

Prevenção

A prevenção primária mais importante é a vacinação, mas a população deve se atentar para prevenções básicas no dia a dia. Ao tossir ou espirrar é necessário cobrir a boca com um lenço descartável. O ato pode disseminar o vírus no ar, ou seja, o lenço pode evitar a transmissão do vírus por gotículas respiratórias que ficam suspensas no ar. De acordo com o infectologista, esta é a forma de contaminação mais comum da gripe.

A higienização das mãos deve se tornar uma prática corriqueira. O contágio por contato é pouco frequente e eficaz, entretanto, pode acontecer caso você toque em um objeto contaminado. É necessário lavar as mãos com água e sabão ou utilizar o álcool gel.

Em casa ou no trabalho, a recomendação é manter o ambiente bem arejado e deixar o ar circular. As chances de transmissão do vírus em locais fechados são maiores.  

Vacinação

O calendário estava previsto para o dia 30 de abril, mas deve iniciar no dia 25. A última atualização da Secretaria Estadual de Saúde confirma X números de mortes causado pelo vírus. O Estado deve receber mais de um milhão de doses da vacina, primeiramente aos grupos prioritários.

As doses da campanha de vacinação protegem contra dois tipos da influenza A, o H1N1 e o H3N2, além do tipo B. Segundo a Dive, a dose é segura e considerada uma das medidas mais eficazes na prevenção da doença. Em Santa Catarina, as primeiras 754.130 doses serão distribuídas entre 19 Gerências Regionais de Saúde. Após a chegada da vacina em território catarinense, o processo de distribuição pode demorar até duas semanas. 

A partir do dia 25 de abril, a campanha de vacinação inicia para os grupos prioritários. Serão vacinadas pessoas acima de 60 anos, crianças entre seis meses a 5 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), trabalhadores de saúde, povos indígenas, portadores de doenças crônicas, presos e funcionários do sistema prisional. Em Itajaí, a aplicação gratuita da dose acontece nas unidades de saúde.


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