sexta, 19 de abril de 2024
13/11/2015 | 14:15

O poder dos introvertidos

Alvo de diversos estudos recentes por cientistas e psicólogos de todo o mundo, pode-se dizer que, infelizmente, a introversão ainda é um traço de personalidade muito mal compreendida por todos nós. Nada muito alarmante quando se leva em consideração questões culturais contemporâneas, contexto no qual onde ser extrovertido é, claramente, sinônimo de ser “bem recompensado”.

Para discutirmos melhor sobre o assunto é importante termos em mente, de forma clara e objetiva, a diferença entre introversão e timidez. A segunda nada mais é do que o “medo” do julgamento social, já a introversão está diretamente ligada à como responder à estimulação, incluindo a estimulação social.

Imagino que deve ser difícil e, até mesmo constrangedor, ser introvertido em um mundo que ainda costuma premiar e exaltar os extrovertidos, mesmo sabendo da importância dos talentos e habilidades extraordinárias que os introvertidos têm. Há algum tempo tive a oportunidade de ler a obra “O poder dos quietos”, da escritora Susan Cain, que utiliza uma linguagem bastante acessível e nos faz embarcar no universo dos introvertidos. Por meio de exemplos práticos e clássicos, ela faz refletir sobre a importância de nós _ enquanto sociedade _ aprendermos a olhar diferente para os introvertidos.

Albert Einstein, Barack Obama, Steven Spielberg, J.K. Rowling, Mark Zuckerberg e Bill Gates são apenas alguns exemplos dos introvertidos mais bem sucedidos da história. Existem estatísticas que comprovam que de um a dois terços da população mundial são introvertidos. Um forte exemplo da característica dos introvertidos é a constante dedicação de um tempo extra para si mesmo, seja para refletir, pensar na execução de seus projetos, convívios familiares, e frequentar ambientes intimistas, cujo objetivo é trazer à tona e fortalecer seus sentimentos íntimos mais profundos. Eles se sentem confortáveis sozinhos. Na realidade, o exílio para os introvertidos é produtivo. Já os extrovertidos precisam de muita estimulação, enquanto os introvertidos se sentem mais vivos, mais ligados e capazes quando estão em ambientes mais sossegados e recatados. Ambas as personalidade podem conseguir o êxito em qualquer área de sua vida, basta aprendermos a aproveitar as características mais relevantes de cada um e começarmos a deixar um pouco de lado a veneração pelo “novo pensamento em grupo”, que defende e relaciona toda criatividade e produtividade às habilidades coletivas do indivíduo.

Para finalizar deixo um parágrafo do livro que citei logo acima e que indico veemente a todos: “O amor é essencial; a sociabilidade opcional. Valorize aqueles mais próximos de você. Trabalhe com colegas de quem goste e quem respeite. Procure entre os seus novos conhecidos aqueles que podem cair na primeira categoria ou de cuja a companhia você goste por si mesma. E não se preocupe em socializar com os outros. Relacionamentos deixam todos mais felizes, inclusive introvertidos, mas pense mais na qualidade do que na quantidade. O segredo da vida é colocar sobre si a luz certa. Para alguns são os holofotes da Broadway; para outros, uma escrivaninha iluminada.”


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